Raul Cabral Guedes (Santos, 26 de fevereiro de 1910 - Santos, 20 de abril de 1988) foi um futebolista brasileiro que atuava como atacante.^[1]

É um dos 15 maiores artilheiros da história do Santos Futebol Clube, com 120 gols.^[2][3]

Um dos onze filhos de Benjamin e Alzira, assim como todos os homens da família, começou a jogar futebol no Brasil Futebol Clube, de Santos, onde ficou por cinco anos.^[1]

Pelo seu retrospecto de gols, foi levado ao Atlas Flamengo, onde iniciou no segundo quadro, mas pouco tempo depois já estava no time principal.^[1]

Voltou ao Brasil para ser campeão santista em 1928.^[1]

Chegou a fazer testes no São Paulo em 1931, mas, por meio do irmão Armandinho, foi levado ao Santos.^[1]

Iniciou pelo Santos em fevereiro de 1933, marcando dois gols na estreia.^[1] Foi de Raul o último gol santista no amadorismo, no amistoso contra o Ypiranga.^[1] Marcou 26 gols nos dois primeiros anos de clube, em 33 jogos.^[1]

Em 1935^[4], foi fundamental na conquista do Campeonato Paulista, mesmo ficando afastado por indisciplina durante boa parte da campanha, voltou no último jogo, fez um gol, deu passe para outro e ajudou o Santos a vencer o Paulistão pela primeira vez em sua história^{[5][6][7][8][9][10][11][12][13][14][15][16]}.^[1] O artilheiro contou, dias depois, que ficou “tonto de alegria” e que sentiu o campo girar em torno de si.^[16] Pelo título, embolsou 500 mil réis.^[1]

Comemorando a conquista do título Paulista, o Santos foi a Salvador para enfrentar o Bahia, campeão baiano daquele ano, em amistoso realizado em 2 de abril de 1936, que valia a Taça Prefeitura Municipal de Salvador, vencido pelo Peixe por 2 a 0 com dois gols de Raul.^[3] Fez mais gols em 1936 e neste mesmo ano foi contratado pelo Fluminense.^[1] Pelo Tricolor, marcou 15 gols em 12 jogos no Campeonato Carioca daquele ano e ajudou o clube a levantar a taça^[17], sendo o segundo maior artilheiro do time na competição.^[18][19][20]

No ano seguinte, foi contratado pelo Vasco. Em 19 jogos pelo cruzmaltino, foram 15 gols marcados.^[1]

Com ajuda do empresário Fernando Giudicelli, ex-jogador de futebol, Raul conseguiu um contrato para jogar no Cercle Athlétique de Paris, da França, onde uma nova certidão de nascimento foi emitida e agora, chamava-se Raul Sandreau (pronuncia-se Sandrô) e era filho de franceses.^[1] Pela falsificação da documentação, Raul chegou a ser preso^[21], porém confessou toda a farsa e respondeu o processo em liberdade.^[1]

Com o surgimento da Segunda Guerra Mundial, voltou ao Brasil e assinou contrato com o Santos.^[1] Reestreou no dia 14 de fevereiro de 1939 e marcou dois gols na vitória de 3×0 sobre o Bangu, em amistoso.^[1]

Em 30 de abril de 1939, participou do jogo que o clube santista atingiu a marca de 2.000 gols marcados, uma vitória sobre o Ypiranga baiano pelo placar de 3×0 no Estádio da Graça, em Salvador, onde também marcou um gol.^[22]

Deixou o Santos em 1942 e no último jogo, também fez gol, na vitória contra o Hespanha (atual Jabaquara) por 3×0, com Raul marcando um dos gols na Vila.^[1]

Raul foi o goleador máximo do Santos nos anos de 1936 (36 gols), 1939 (22 gols) e 1940 (13 gols).^[3] Somando as duas passagens, Raul marcou 120 gols^[2] em 131 partidas pelo Peixe, sendo 85 deles na Vila Belmiro^[23].^[1]

Se transferiu para a Portuguesa Santista e sua estreia foi na última partida do Palestra Itália, que mudou o nome para Palmeiras por conta dos desdobramentos da Segunda Guerra Mundial.^[1]

Em 1943, assumiu como treinador da Portuguesa Santista, a pedido do irmão Armandinho, diretor do clube, mas ficou apenas três jogos.^[1]

No ano seguinte, foi trabalhar no interior de São Paulo, com café, mas, atendendo o pedido de amigos, disputou algumas partidas pelo Bandeirante de Birigui.^[1]

Brasil FC

• Campeonato Santista: 1928

Santos

• Campeonato Paulista: 1935^[5]

Fluminense

• Campeonato Carioca: 1936^[19]

Aos 78 anos, Raul faleceu às 15 horas do dia 20 de abril de 1988, no hospital Casa de Saúde, em Santos.^[1]