Raso da Catarina é uma ecorregião localizada na parte centro-leste do biomacaatinga, no estado da Bahia. Possui trinta e oito mil quilômetros quadrados de área. Esta ecorregião consiste em uma bacia de solos muito arenosos, profundos e pouco férteis, de relevo muito plano. Apresenta cânions na parte oeste. É a região mais seca do sertão baiano, com clima semiárido bastante quente e seco, grandes amplitudes térmicas entre o dia e a noite. Os solos são muito arenosos e profundos, o que leva à pouca disponibilidade de água. A precipitação média anual é 350 mm e em algumas regiões chega a 300 mm.
O Raso recebe esse nome porque seu relevo é quase toda sua totalidade, plano com vegetação rasteira e Catarina é em homenagem a proprietária da Fazenda Catarina, que existe até hoje na região. Conta a lenda, que a fazendeira lutou contra a seca, mas foi derrotada por uma nuvem de gafanhotos que devorou a plantação de milho e feijão, deixando-a em estado de loucura e sozinha até o fim da vida. Dizem que seu espírito vaga a localidade ajudando vaqueiros a encontrar animais perdidos.
A seca é comum no Raso. Com temperaturas que atingem os 43 C é difícil se refrescar nos rios que cortam a região, pois a grande parte são efêmeros e o único rio intermitente é o Vaza-Barris que forma o açude de Cocorobó. Nesta região a água é mais facilmente encontrada nas depressões das rochas ou em locais onde o lençol freático fica próximo a superfície.
Os habitantes locais sobrevivem a longos períodos de seca, já que o clima seco dificulta o plantio. Uma das opções é a criação de animais resistentes ao solo como cabras e ovelhas.
Aparentando ser um território deserto, onde só brotam cactos, bromélias e imbuzeiros, uma pequena chuva é o suficiente para que a passagem acinzentada se transforma em verde. Nessa área localizada no Nordeste da Bahia, convivem vaqueiros, sertanejos, milhares de espécies de plantas (xiques-xiques, mandacarus, coroas de frade, os facheiros, as palmatórias etc), centenas de animais pouco conhecidos (arara-azul-de-lear) e uma sociedade de índios pankararés.
A pouca disponibilidade de água levou à um vazio demográfico, mantendo uma boa preservação do bioma. Dentro desta ecorregião encontram-se diversas unidades de preservação: