Aparentemente, os quionitas são também os povos hunos da Índia medieval e possivelmente também os hunos da Antiguidade Tardia europeia. Não é claro que os quionitas estivesse ligados ao povo a que os chineses antigos chamavam xuniu(獯鬻,hünyü, Wade–Giles: hsünyü), xianium(猃狁, Wade–Giles: hsien-yün) e xiongnu(獯鬻,hsiung-nu). Há autores que usam os termos hunos, hunas e xiongnu como sinónimos, a questão é controversa.[2]
História
As menções mais antigas aos quionitas são do historiadorromanoAmiano Marcelino, que esteve na Báctria em 356–357, e relatou que os quionitas (Chionitæ) viviam com os cuchanas.[nt 1] Segundo ele, tinham vivido previamente na Transoxiana e depois foram para a Báctria, onde se tornaram vassalos dos cuchanas, por quem foram influenciados culturalmente, adotando a língua bactriana. Atacaram o Império Sassânida, mas depois, serviram como mercenários no exército sassânida sob o comando dum chefe chamado Grumbates.[4]
Aparentemente os quionitas estavam divididos em dois subgrupos principais, os quais eram conhecidos nas línguas iranianas com etnónimos como karmir xyon e spet xyon. Os prefixos karmir ("vermelho") e spet ("branco") provavelmente referem-se à tradições centro-asiáticas nas quais certas cores representavam pontos cardeais. Os karmir xyon aparecem nas fontes europeias como kermichiones ou "hunos vermelhos e alguns estudiosos identificam-nos com os quedaritas e/ou os alconitas. Os spet xyon ou "hunos brancos" parecem ter sido conhecidos na Índia com nome cognatosveta-huna e são frequentemente identificados, ainda que de forma controversa, com os heftalitas.[2][1]
Origens e cultura
A cultura original dos quionitas e a sua urheimat (origem geográfica da sua língua), bem como a sua composição étnica, são difíceis de determinar.[1] O académico britânico Carlile Aylmer Macartney(1895–1978) enfatizou as diferenças entre os quionitas, os hunos que invadiram a Europa no século IV e os turcos, sugerindo que o nome Chyon era originalmente aplicado a um povo não relacionado com os hunos mas depois passou a ser também aplicado aos hunos devido a semelhança fonética. Os Chyon que surgiram no século IV nas estepes na fronteira noroeste da Pérsia eram provavelmente um ramo dos hunos que pouco depois apareceram na Europa. Os hunos parecem ter atacado e conquistado os alanos c. 360, que então viviam entre os montes Urais e o rio Volga e a primeira menção aos Chyon é de 356.[5]
Notas
Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Xionites», especificamente desta versão.
Amiano Marcelino (1862), «Book XVIII», Roman History (em inglês), traduzido por Yonge, Charles Duke, Londres: Bohn, consultado em 6 de novembro de 2020
Felix, Wolfgang (2011), «Chionites», Londres, Encyclopædia Iranica, edição online iranicaonline.org (em inglês), V Fasc. 5: 485-487, consultado em 6 de novembro de 2020
Macartney, Carlile Aylmer (1944), «On the Greek Sources for the History of the Turks in the Sixth Century», Bulletin of the School of Oriental and African Studies, University of London, ISSN1474-0699, 11 (2): 266–275, JSTOR609313, doi:10.1017/S0041977X00072451
Shahbazi, A. Shapur (2005), «Sasanian Dynasty», Londres, Encyclopædia Iranica, edição online iranicaonline.org (em inglês), consultado em 6 de novembro de 2020