Pseudoartrose (grego antigo para falsa articulação) é uma séria complicação de uma fratura óssea na qual o osso nunca se regenera. Uma cicatriz de tecido fibroso se forma no meio do osso. Sem tratamento resulta em deformidade e prejuízo permanente da função, como por exemplo uma perna torta e incapaz de suportar peso se a pseudoartrose é no fêmur ou na tíbia. O tratamento é cirúrgico e a recuperação demora muitos meses.
Classificação
Pseudoartrose atrófica: o osso não se regenera porque não recebe quantidade suficiente de nutrientes para se regenerar. Pode ser um problema vascular, nutricional, metabólico ou endócrino.
Pseudoartrose hipertrófica: o osso formou um calo ósseo, mas continua fragmentado. Pode ser causado por redução, imobilização ou fixação inadequados. Também pode ser por falta de repouso e fazer muito esforço com o membro lesionado.
Outras
Embora não seja tão conhecida da população, é um problema bastante comum e alvo de inúmeros estudos na área científica, entre eles, por exemplo, a deficiência femoral proximal, que é dividida em vários tipos. No Tipo A de deficiência femoral proximal, segundo a classificação de Aitken, verificou-se que o osso se encontra acentuadamente angulado, podendo haver uma pseudoartrose. No Tipo B da classificação de Boyd (tíbia - displásica), ocorre com um encurvamento anterior. A fratura ocorre espontaneamente ou após um trauma mínimo antes dos dois anos de idade. As extremidades ósseas no foco da pseudoartrose são atróficas, lembrando uma ampulheta. Podem estar associadas a manchas café-com-leite, parecidas com as de uma neurofibromatose. Em geral, a fíbula também está comprometida. Este tipo é o mais comum e também o de prognóstico menos favorável que em outros tipos de deformidade congênita, entre os quais se encontra o pé torto, este com bom prognóstico.
Causas
A pseudoartrose geralmente ocorre quando as fracturas não foram imobilizadas na posição adequada e por tempo suficiente para consolidação óssea ou quando os ossos não receberam nutrientes suficientes pelos vasos sanguíneos. Também pode ser consequência de uma infecção.
Os fatores de risco relacionado com a pessoa são[1]:
Ossos fora da posição anatômica (Redução inadequada)
Imobilização insuficiente
Dispositivos de fixação aplicados indevidamente
Repouso insuficiente
Diagnóstico
O diagnóstico geralmente é feito nas consultas de seguimento seis a oito semanas depois da fratura com raio X e exame físico. Dor, fragilidade e incapacidade funcional indicam que o osso não se consolidou bem.[2] Em caso de dúvida a consolidação inadequada é melhor vista com tomografia computadorizada ou com radiografia dos movimentos disfuncionais (stress Rx).
Remoção de todo o tecido de cicatriz entre os fragmentos da fratura;
Imobilização da fratura com fixação interna ou externa. Para isso pode-se usar placas de metal, pinos, parafusos ou hastes aparafusadas ao osso para estabilizar os fragmentos ósseos.
Enxerto ósseo com osso de doador ou osso autólogo (da mesma pessoa). Os pedaços de ossos possuem células produtoras de osso e cartilagem (osteoblastos e condroblastos) necessários para a consolidação óssea. A cartilagem depois se transforma em osso, em vez de mais cicatriz fibrosa. O osso é o único tecido que pode se curar sem uma cicatriz fibrosa antes. O enxerto ósseo autólogo é o tratamento "padrão ouro" da pseudoartrose. Geralmente é obtido da crista ilíaca.
Estimulação para consolidação óssea pode ser feita com ondas eletromagnéticas ou com ultrassom se não estão consolidando bem 3 meses após a fratura.[4]
Os resultados da consolidação podem ser verificados com raio X após 3 meses, mas demoram muitos meses mais.
Referências
↑McCoy, Thomas H.; Fragomen, Austin T.; Hart, Kamber L.; Pellegrini, Amelia M.; Raskin, Kevin A.; Perlis, Roy H. (January 2019). "Genomewide Association Study of Fracture Nonunion Using Electronic Health Records". JBMR plus. 3 (1): 23–28. doi:10.1002/jbm4.10063. ISSN 2473-4039. PMC 6339539. PMID 30680360.
↑Page 542 in: Rigmor Texhammar, Christopher Colton (2013). AO/ASIF Instruments and Implants: A Technical Manual (2 ed.). Springer Science & Business Media. ISBN 9783662030325.
↑Niedzielski K, Synder M (2000). "The treatment of pseudarthrosis using the Ilizarov method". Ortop Traumatol Rehabil. 2 (3): 46–8. PMID 18034140.
↑Leighton, R.; Watson, J.T; Giannoudis, P.; Papakostidis, C.; Harrison, A.; Steen, R.G. (May 2017). "Healing of fracture nonunions treated with low-intensity pulsed ultrasound (LIPUS): A systematic review and meta-analysis". Injury (7): 1339–1347. PMID 28532896.