Durante a Idade Média, a Provença ocupava uma área maior que incluía os Alpes Meridionais e o território de Nice. A história retirou-lhe uma parte dos Alpes (que passou à província do Delfinado) e o território de Nice (anexado aos Estados da Saboia em 1388).[1] Na segunda metade do século XX, a criação da região administrativa da Provença-Alpes-Côte d'Azur restabeleceu em grande medida o território original da Provença medieval, com a inclusão dos Altos-Alpes e do território de Nice.
História
A Provença já era habitada desde os tempos pré-históricos, como indicam os restos de assentamentos, datados entre 27000 e 19000 a.C., encontrados por mergulhadores em 1991 na Caverna de Cosquer, perto de Marselha. Um sítio neolítico datado de cerca de 6000 a.C. foi descoberto em Marselha, próximo à estação ferroviária Saint Charles.
Marselha foi fundada em c. 546 a.C. por colonos gregos oriundos da cidade de Focéia (atual Foça, na Turquia), que fugiam de uma invasão persa. Com o nome de Massália, o assentamento tornou-se um dos principais portos comerciais do mundo antigo. Os foceenses também estabeleceram colônias em Nice, Arles, Cannes e no sul de Nîmes.
Posteriormente a região veio a ser ocupada pelos lígures e pelos celtas. A partir do século II a.C., foi conquistada pelos antigos romanos e passou a ser uma província do Império Romano. Este fato é a origem do nome, do latimPROVINCIA ("província"), pois a Provença foi uma das primeiras áreas conquistadas pelos romanos fora da Itália. O cristianismo chegou cedo à Provença e, na altura do século III, a região já era consideravelmente cristã, com diversos mosteiros e igrejas em construção.
Em 973, o conde Guilherme I derrotou os piratas árabes baseados em Fraxineto na batalha de Tourtour e assumiu o título de pai da pátria. De 1032 a 1246, o país integrou o Sacro Império Romano. Tornou-se um feudo da coroa francesa em 1246, governado pela dinastia angevina. Com a morte de Carlos do Maine em 1481, a Provença foi herdada por Luís XI.[1] Embora definitivamente incorporada ao domínio real francês em 1486, continuaram a existir alguns enclaves importantes dentro da Provença, como Orange, controlada pela Casa de Orange-Nassau até 1672; o Comtat Venaissin, baseado em Avinhão e sob domínio papal até 1791; e Nice e Menton, que somente foram integradas à Provença em 1860.
A Provença é limitada pelos Alpes e pela Itália a leste, pelo rio Ródano a oeste, e pelo Mediterrâneo ao sul.[2] Possui características topográficas muito particulares, com planícies férteis no vale do Ródano, montanhas a leste (em especial o monte Ventoux, a cordilheira Luberon e as Aupilhas) e pântanos no sul (o Camargue).
↑ abRené Poupardin (2018). «Le Royaume de Provence sous les Carolingiens (855-933?)». Editions des Régionalismes (em francês): 157. 290 páginas. ISBN9782824052250