Hüseyin Çapkın (chefe de polícia da província de Istambul)
Os Protestos na Turquia em 2013 começaram como um protestoambiental pacífico contra a demolição do Parque Taksim Gezi que, posteriormente, se transformou em protestos contra o Governo por toda a Turquia após a resposta policial que pôs termo à ocupação do referido parque por parte de ambientalistas.[11]
O início dos protestos ocorreu a 28 de maio de 2013, encabeçados por 50 ambientalistas que se manifestavam contra o derrube de 600 árvores do Parque Taskim Gezi, em Istambul, para a reconstrução do histórico Quartel Militar Taksim (demolido em 1940), com a possibilidade de abrigar também um centro comercial.[12] Os protestos converteram-se em distúrbios quando um grupo de manifestantes que ocupava o parque foi atacado pela polícia. Desde então, o tema dos protestos ampliou-se para além da demolição do parque, tornando-se em manifestações antigovernamentais mais amplas com cerca de 2,5 milhões de pessoas.[13] Os protestos espalharam-se, rapidamente, para outras cidades turcas,[14] com também manifestações noutros países com significativas comunidades turcas.[15][16]
Impacto
Político
De acordo com Koray Çalişkan, um analista político em Istambul, daUniversidade de Boğaziçi, os protestos são "um ponto de viragem para o AKP. Erdogan é um político muito confiante e muito autoritário, e já não ouve ninguém. Mas ele precisa de compreender que a Turquia não é uma monarquia e que não pode governar Istambul a partir de Ancara sozinho.” [17]
Faruk Birtek professor de sociologia da Universidade de Boğaziçi criticou as ações da polícia turca contra os manifestantes e comparou-as às da SS da Alemanha nazista[18]
Turismo
Em 2011, a Turquia atraiu mais de 31,5 milhões de turistas estrangeiros,[19] classificando como o sexto destino turístico mais popular do mundo. O turismo tem sido descrito como "uma das fontes mais importantes de renda para a Turquia",[20] levantando preocupações de que a "agitação teria um efeito terrível em Istambul [...] e a economia do turismo."[21]
As manifestações, porém, não parecem ter um impacto imediato no turismo na Turquia. Em 3 de junho, por exemplo, as agências de viagens holandesas informaram que não receberam pedidos de cancelamento de clientes, e disse que não vê nenhum perigo em viajar para a Turquia.[22]
Muitos cineastas renomados e vencedores de prêmios mundiais estavam em Istambul para o Festival de Documentários 2013, que havia sido adiado indefinidamente devido à reação violenta das autoridades turcas aos protestos pacíficos. Os dois primeiros dias do festival, 01 e 02 de junho, não ocorreram devido à agitação social e um dos principais locais, Akbank Sanat, foi incapaz de mostrar filmes por um longo período de tempo, devido à sua proximidade com os protestos. Petra Costa, a diretora brasileira do documentário Elena, e o diretor de fotografia egípcio Muhammed Hamdy começaram a filmar os protestos.[23]