“Bombril”, “Barganha”, “Deformação”, “Gênesis 09:25”, “Vem… Pra ser infeliz”, “Re-education”, “Purificação I”, “Purificação II”, “Purificação III”, “Na luta”, “Laços”, “Desenhos de incandescência e noite”, “Corpo”, “Diálogos com Arnold”, “Urbanográfico”
Prêmios
2012 - 3º lugar Categoria Profissional Concurso Retratos de Minas BDMG, Minas Gerais, Brasil, 2013 - 7º lugar no Concurso de Fotografia SESC MG, Minas Gerais, Brasil
Priscila Rezende (Belo Horizonte, 1985) é uma artista plástica afro-brasileira. Graduada em Artes Visuais[1] com habilitação em Fotografia e Cerâmica pela Escola Guignard da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), seu trabalho possui como principal tema a inserção e presença do indivíduo negro na sociedade brasileira. [2]
A partir de seu trabalho em performance a artista evidencia questões sobre identidade, raça e gênero, com foco na promoção do feminismo negro e a luta antirracista.[3]
Ainda, a prática artística de Priscila Rezende aborda padrões hegemônicos de beleza na sociedade e sua construção baseada nos processos de colonização.[4]
Performances & Exposições (seleção)
Deformação, Mulheres na Arte Brasileira – Entre Dois Vértices, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil
A artista parte de suas próprias experiências e faz uso de seu corpo para tratar da temática da discriminação e estereótipos, principalmente:
(...) meu corpo tem sido meu principal objeto e mídia para criar e expressar perguntas, dúvidas, minha visão sobre o mundo em que vivemos e, especialmente, minha condição específica à frente deste mundo (...). Vejo o meu trabalho como uma arma de luta contra situações de discriminação, para trazer reflexões e dar voz a algumas discussões que ainda não estão resolvidas em nossa sociedade.[6]
Duas de suas obras são emblemáticas nesse sentido: “Bombril” (2010) e “Vem...pra ser infeliz” (2017).
Em “Bombril” a artista explora a experiência traumática vivida por meninas negras durante o período de formação escolar, contexto em que é comum que cabelos crespos recebam nomes depreciativos, como o da famosa marca de esponja de aço para polir panelas de alumínio.[7]Renata Felinto, também artista afro-brasileira descreve a performance:
Os cabelos crespos, assim, são conexos à aspereza e subalternidade que a sociedade brasileira reservou às negras como numa continuidade perversa dos afazeres do lar durante o extenso período de escravidão. Também se metaforiza a escravidão, que na performance passa a ser estética, mas que ainda trata de corpos presos. O figurino trajado pela artista durante a apresentação cita os panos com os quais vestiam as escravizadas no passado. Durante a performance com duração de 01 hora, Priscila esfrega sofregamente suas madeixas contra panelas e outros utensílios. A tensão que se apresenta nesta ação repetitiva equivale à vivida por negras durante a infância na qual a beleza de seus cabelos, e por extensão de seus corpos, é colocada em dúvida constantemente. [8]
Em “Vem... Pra Ser Infeliz”, a artista expõe ironicamente a reprodução estereotipada da sexualização e fetichização do corpo da mulher negra, um símbolo do carnaval, dançando ao som de samba-enredo ininterruptamente até a exaustão, encontrando-se seminua e utilizando uma máscara de Flandres. [9]
↑LACERDA, Priscila Fernandes; ANTONACCI, Célia Maria (2017). «Priscila Rezende:um corpo-arte em Protesto»(PDF). 27º Seminário de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Santa Catarina Consultado em 10 de março de 2018