Pneumonite de hipersensibilidade ou alveolite alérgica extrínseca é uma doença pulmonar caracterizada pela inflamação e dos alvéolos pulmonares por uma reação alérgica (hipersensibilidade tipo 4) à inalação de poeira ou vapor com proteínas orgânicas por vários anos. Acometidos são normalmente expostos ao alérgeno devido a sua profissão ou moradia e podem ser obrigados a mudar de carreira ou casa para recuperar-se. O uso de máscara é recomendado para prevenir os episódios de pneumonite.
Classificação por causa
Está associada a diversas profissões e diferentes patógenos[1][2]:
Pulmão do fazendeiro: A variedade mais comum, causada por respirar feno mofado, geralmente por Saccharopolyspora rectivirgula. Afeta entre 1 e 7% dos fazendeiros.
Pulmão do avicultor: Devido à exposição a poeira das penas e dejetos de aves.
Pulmão do carpinteiro: Devido a exposição a serragem com Penicillium spp
Pulmão do vinicultor: Devido a exposição ao mofo de uvas com Botrytis cinerea.
Soberose: Devido a exposição a fungos nas pessoas que trabalham na indústria da cortiça (como a cortiça vem do sobreiro esta doença chama-se soberose).[3]
Pneumonite de hipersensibilidade é categorizada aguda, subaguda ou crônica baseado na duração da doença.[5]
Forma aguda
Os sintomas da pneumonite de hipersensibilidade aguda geralmente começam 4 a 8 horas após a exposição ao agente responsável pela alergia (alérgeno) e são similares a uma gripe[6]:
Febre,
Tosse seca,
Aperto no peito,
Falta de ar,
Cansaço.
Outros sintomas comuns incluem mal-estar, calafrios, dor de cabeça, dores pelo corpo e perda de apetite. Resolve depois de 12h ou alguns dias evitando o alérgeno e volta após nova exposição.
Forma intermitente
Os sintomas tendem a ser menos grave e mais graduais no início e incluem[6]:
Tosse produtiva,
Dificuldade pra respirar,
Cansaço
Perda de apetite e de peso.
Pode ocorrer após ataques agudos repetidos e episódios de pneumonia. Ao contrário da forma aguda os sintomas demoram semanas ou meses para melhorar.
O diagnóstico é baseado na história de sintomas após a exposição ao alérgeno e em testes clínicos. Exames de sangue indicam sinais de inflamação pouco específicos, a radiografia de tórax revela áreas de opacidade difusa, pode haver edema e fibrose, e testes de função pulmonar revelam doença pulmonar restritiva.[6]
Tratamento
Descobrir a causa da alergia e evitá-la é a principal parte do tratamento, frequentemente não é necessário medicação. Nos casos crônicos pode demorar anos até que o pulmão se recupere. Corticosteroides podem tratar os sintomas, mas não impede a evolução da doença.[1] Sem evitar o alérgeno a fibrose pulmonar continua a progredir e até ser fatal mesmo com terapia corticosteroide agressiva.[6]