As placas de xisto decoradas aparecem principalmente em sepulturas megalíticas do neolítico final e do calcolitico do sudoeste ibérico (3.000-2500 a.C.). São em regra de forma trapezoidal com 10 a 20 centímetros de altura e gravadas com um estilete de pedra.
Carateristicas
A superfície decorada é geralmente dividida em duas partes, separadas por linhas ou faixas. A zona superior representa a cabeça através de um triângulo com o vértice para baixo, ladeado por linhas ou faixas quadriculadas ou por um desenho com um aspecto antropomórfico. A inferior apresenta-se decorada com motivos geométricos, frequentemente triângulos, faixas quebradas ou em ziguezague, motivos axadrezados ou em espinha. No entanto, algumas placas são todas decoradas com motivos geométricos, sem haver separação, o que lhes confere um aspecto menos antropomórfico.
Distribuição
Placas de xisto
Portugal
Evora
643
Portalegre
162
Setúbal
117
Lisboa
104
Faro
45
Santarém
45
Beja
37
Leiria
27
Castelo Branco
6
Espanha
Badajoz
95
Cáceres
41
Huelva
38
Salamanca
4
Sevilha
3
Granada
1
Segundo Base de Dados online: Engraved Stone Plaque Registry and Inquiry Tool (ESPRIT) podemos constatar a seguinte distribuição geográfica por país e distrito:
Interpretação
Para a investigadora Katina Lillios[1] estas placas tem a função pratica de identificar o indivíduo, a propriedade bem como definir os direitos hereditários. Assim, as figuras geométricas cumprem a função de um código de barras digital.
Segundo Paulo Pereira (1995, 56) as placas de xisto eram um amuleto individual, apotropaico e protector, sintetizando a imagem da «deusa mãe», pois a decoração geometrizante com triângulos poderá estar associada a um simbolismo feminino.
Note-se a presença de colares de contas de Calaíte, os pentes de marfim, os recortes antropomórficos de várias placas de xisto, na necrópole da lapa do Bugio[2], são indícios evidentes, de ligações às civilizações do Vale do Nilo.
Bibliografia
PEREIRA, Paulo, 1995, «Do Megalitismo à Idade do Ferro», in PEREIRA, Paulo, História da Arte Portuguesa, Temas & Debates, vol. I, pp. 51-70.
SANTOS, Manuel Farinha dos, 1972, Pré-História de Portugal, Lisboa.