Pilares da Criação é uma foto dos aglomerados de poeira e gás com tamanho interestelar na nebulosa da Águia, situado a cerca de 6.500-7.000 anos-luz da Terra.[1] No nome, "pilares" é sugestivo ao formato do lugar, e a parte "Criação" originou-se devido ao local ser um enorme berço de estrelas. A imagem, datada em 1 de abril de 1995, foi tirada pelo telescópio espacial Hubble.[2]
Características
Composição
Os pilares são, na sua essência, compostos de hidrogênio molecular, vitais para o nascimento de novas estrelas, que têm sido erodidos por foto-evaporação, devido a uma forte exposição à luz violeta gerada pelas estrelas tecnicamente próximas.[3] Com o passar do tempo, pequenas porções de gás, no interior da nuvem, são expostos à radiação ultra-violeta. A estas porções dá-se o nome de "EGGs" — um acrônimo para "Evaporating Gaseous Globules" (Globos de evaporação de gás). As sombras dos EGGs protegem a parte restante do gás, resultando em estruturas com formato semelhante a um dedo, no topo dos pilares. O tamanho do maior pilar tonda os 6 anos-luz de altura. O local abriga ainda um grande aglomerado de estrelas jovens, que ali se formaram.[4]
Provável destruição
Segundo a NASA (National Aeronautics and Space Administration - Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) os pilares já não existem, e apenas vemos o que ali existia há cerca de 6.500-7.000 anos; embora o desaparecimento dos pilares já tenha acontecido, a luz emitida nesse momento, viajando à velocidade da luz, não teve ainda tempo de chegar à Terra. Imagens mais recentes tiradas com o telescópio espacial Spitzer mostraram uma nuvem quente em torno dos pilares da criação, o que foi o bastante para ser interpretado por muitos como sendo uma onda de choque gerada por uma supernova. O formato da nuvem sugere que a supernova explodiu há cerca de 6.000 anos e devastou as três colunas.[5] Considerando a distância de 7.000 anos luz da terra, dentro de 1.000 anos a explosão será visível no planeta.[6] Há ainda outra teoria defendida por outros astrônomos, que argumentam que esta nuvem quente nada mais é do que uma emissão de radio e raio-x maior do que esperado para a supernova, e que a poeira poderia ter sido aquecida pelo vento estelar. Se este for o caso, os pilares da criação vão sofrer uma erosão mais gradual.[7]
Fotografias
Hubble
A imagem obtida pelo telescópio é uma junção de 32 imagens de quatro câmeras diferentes. As cores foram emitidas pelos elementos da nuvem, em conformidade com o seguinte esquema: verde para hidrogênio, vermelho para enxofre ionizado e azul para átomos de oxigênio duplamente ionizados.[8]
A parte que falta da imagem no canto superior direito decorre do fato de que uma das quatro câmeras tem uma visão ampliada dessa parte, o que permite aos astrônomos ver detalhes mais finos. Assim, as imagens dessa câmera são reduzidas em tamanho proporcional para combinar com as outras três câmeras.
Herschel
Em 2010, o observatório espacial Herschel, capturou uma nova imagem em ondas longas de infravermelho. Essa nova imagem permitiu que os astrônomos vissem o interior dos pilares e das suas estruturas e, assim, chegassem a uma compreensão muito mais ampla das forças criativas e destrutivas no interior da Nebulosa da Águia.[9]
↑Flagey, Nicholas; et al. (Janeiro de 2009). «The Eagle Nebula Unveiled by the Spitzer/MIPSGAL Survey». Bulletin of the American Astronomical Society. 41 (1): 37. Bibcode:2009AAS...21332401F