Vasta e variada, a obra de Pero Garcia Burgalês é composta por cinquenta e três composições: trinta e cinco cantigas de amor, duas de amigo, treze cantigas de escárnio e maldizer, uma sátira literária, um partimen (tenção fictícia) e uma tenção[nota 1] escrita de parceria com o jogral Lourenço, esta última de autoria duvidosa.
Seu estilo caracteriza-se por uma tendência para o excesso e a desmesura. Não hesita em colocar palavras brutais e obscenas, e até mesmo algumas mais insólitas (neologismos, arcaísmos, provençalismos). Utilizava com habilidade da retórica e no uso da ironia, inovando o gênero da cantiga de amor dando a ele mais vivacidade. Não foi à toa que as cantigas de amor receberam-lhe sua preferência.
Suas sátiras ganham como alvos sobretudo trovadores, jograis, soldadeiras (Maria Peres Balteira e Maria Negra), além de magistrados, que não escaparam à acusação de serem avarentos ou pederastas.
Notas
↑composição poética constituída por um diálogo ou discussão entre dois trovadores