Requalificado no ano de 2023, pela Prefeitura de Salvador, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, na Bahia, que será um ponto turístico para a visitação pública.[3]
Histórico
Após mais de um ano e meio de lutas pela Independência do Brasil na então província da Bahia, a 2 de julho de 1823 o estado finalmente consolidou sua vitória sobre as tropas portuguesas; um ano após o feito histórico, segundo a narrativa de Jorge Ramos "Uma carreta que havia sido tomada dos inimigos durante a Batalha de Pirajá foi ornamentada com folhagens e nela foi colocado um velho caboclo, a representar o povo mestiço da Bahia que lutou na guerra. O desfile saiu da Lapinha em direção ao Terreiro de Jesus, recebendo em todo o trajeto muitos aplausos".[2]
Em 1826 o artista local Manoel Ignácio da Costa esculpiu a figura do caboclo, bem como dotou a carruagem apreendida de elementos que faziam alusão às batalhas da guerra então travada; mais tarde foi acrescentada a escultura de Domingos Baião representando a "cabocla", inspirada na figura de Catarina Paraguaçu e a nova alegoria se incorporou ao desfile como representante da mulher brasileira na causa nacional; o evento permaneceu até que na década de 1860 estava em decadência quando a “Sociedade Patriótica 2 de Julho”, constituída principalmente por comerciantes da capital, adquiriu um terreno na Lapinha onde ergueu um barracão para abrigar as duas alegorias e seus carros.[2]
Em 1917 o lugar estava já bastante deteriorado quando Cosme de Farias realizou a transferência do barração ao IGHB; o instituto então criou uma comissão encarregada de cuidar do lugar, ficando sua direção a cargo do engenheiro Arnaldo Pimenta da Cunha; foi então realizada uma campanha para aquisição de recursos e erguido no lugar do antigo barracão um prédio capaz de abrigar os símbolos históricos.[2]
Inauguração
Sua inauguração marcou o início do desfile cívico de 2 de julho de 1918, quando para o novo Pavilhão acorreu cedo pela manhã autoridades, estudantes, bandas filarmônicas, representantes de entidades com estandartes a identificá-las, além da população em geral.[2]
Foi então realizada uma bênção, proferida pelo baiano D. Manuel da Silva Gomes, Arcebispo de Fortaleza; representando o IGHB falou o professor Bernardino de Souza que, no seu discurso em que exaltava os "antepassados", declarou:
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“E aqui está, meus dignos concidadãos, o Pavilhão 2 de Julho, onde para todo e sempre ficarão encerradas, para os respeitos do povo, relíquias venerandas de recordações memoráveis (...) E nosso pensamento entesourará aqui tudo o que se reporte à quadra homérica da luta de 17 meses, de 1822 a 1823 (...) Será assim um moderníssimo Museu da Independência”.
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A seguir o cortejo seguiu o tradicional trajeto rumo ao Terreiro de Jesus, incorporando centenas de pessoas ao longo do percurso, resgatando assim a grandiosidade da festa.[2]
Memorial Pavilhão 2 de Julho
Em 2023 na comemoração do bicentenário da Independência do Brasil, na Bahia, a Prefeitura Municipal de Salvador, inaugurou em 17/07/2023, a requalificação do Memorial Pavilhão 2 de Julho, que permitirá a visitação pública.
A edificação passou a conter três pavimentos, com ornamentação, e elementos virtuais, e com vários acervos contando a história da luta pela independência, tendo o principal acervo os carros alegóricos dos caboclos, bem como as suas imagens do século XIX, o teto do memorial, tem bandeiras douradas, inspiradas na alvorada tradicional do dia 2 de julho, representam o sentimento de esperança e renovação do povo baiano.
A requalificação foi a partir do dado arquitetônico, histórico e contemporâneo do Pavilhão. [4]