Passagem ou A Meio Caminho (1980) é um filme português de longa-metragem de Jorge Silva Melo. É a sua primeira obra no cinema e a última produção da cooperativa Grupo Zero, que funcionava nas instalações do Teatro da Cornucópia.
Estreia na RTP a 25 de Fevereiro de 1986.
Ficha sumária
Sinopse
A história é inspirada na biografia de Georg Büchner (1813-37). Centra-se nos motivos da sua acção política e depois no seu isolamento. Implícita está a alusão aos anos do Maio 68. São desenvolvidos temas que Büchner abordou a partir de O Mensageiro de Hesse, um panfleto exortando os camponeses à revolta. A indiferença destes e a repressão que se abateu sobre os estudantes levam Bŭchner ao cepticismo e à amargura.
Enquadramento histórico
É, com as longas-metragens de ficção ou documentário do início dos anos oitenta, uma das obras ilustrativas do estado de espírito de alguns intelectuais portugueses de esquerda, preocupados com a evolução político-social do seu país: época em que as esperanças da Revolução dos Cravos definitivamente se desvanecem, sem que pareça existir remédio para o avanço de um neoliberalismo globalizante, ao qual a política nacional não escapa. Algo que se começa a perceber claramente a partir de meados da década de setenta, perante a intervenção norte-americana no Chile, que derruba o regime de Salvador Allende.
Essa situação coincide com o começo do fim das cooperativas de cinema em Portugal. Cerromaior, de Luís Filipe Rocha, Manhã Submersa, de Lauro António, A Culpa, de António Vitorino de Almeida, Verde por Fora, Vermelho por Dentro de Ricardo Costa e Bom Povo Português de Rui Simões (cineasta), filmes exibidos no 9º Festival Internacional da Figueira da Foz, em 1980, ilustram, cada um a seu modo, esse estado de espírito dominante em Portugal no início dos anos oitenta..
Ficha artística
Ficha técnica
- Fotografia: Acácio de Almeida
- Assistente de imagam: Carlos Mena
- Electricistas: Pompeu Mourato e Jorge Mergulhão
- Decoração: Cristina Reis
- Anotação: Carlos Ferreiro
- Direcção de som: Paola Porru
- Assistente de som: Pedro Caldas
- Locução: Jean Jourdheuil
- Música original: Paulo Brandão; Música: Carlos Paredes (tema Verdes Anos) e Beethoven (Fidelio, "Coro dos Prisioneiros")
- Execução musical: Nuno Vieira de Almeida (piano)
- Canções: Simone (Nel Mezzo, música de Paulo Brandão, texto de Dante)
Festivais
Ver também
Ligações externas