O nome faz uma alusão a sua utilização durante a Idade Média quando falsos alquimistas prometiam realmente transformar chumbo em ouro, quando a linguagem da alquimia era, na verdade, metafórica ou simbólica, referindo-se à transformação espiritual do homem de um estado "pesado", o chumbo, para outro de elevação, o ouro.[4][5] Assim, transpondo para os próprios ideais e aspirações de Raul Seixas na época, percebe-se que ele indica que o verdadeiro ouro estava no despertar da consciência individual, visando à construção da Sociedade Alternativa, e não no discurso ufanista e triunfalista da ditadura militar da época.[5] Logo, o disco voador ao final da letra seria uma referência a essa nova sociedade a ser construída.[5]
Lançamento e promoção
Em 7 de junho de 1973, de acordo com uma estratégia de marketing proposta por Paulo Coelho, Raul Seixas convocou a imprensa para registrar sua aparição na Avenida Rio Branco, onde cantou a música Ouro de Tolo.[4] A cena foi exibida no horário nobre da TV, no Jornal Nacional.[4] A canção era um ataque ao conformismo do país a respeito das ilusórias vantagens oferecidas pela ditadura.[4] O evento catapultou as vendas do compacto, tornando-se sucesso instantâneo e preparando o lançamento do seu primeiro LP solo, Krig-ha, Bandolo!, em 21 de julho de 1973.[4][6]
PASSOS, Sylvio e BUDA, Toninho. Raul Seixas: uma antologia. São Paulo: Martin Claret, 1992.
BOSCATO, Luis Alberto Lima. Vivendo a sociedade alternativa. Tese de Doutorado. São Paulo: FFLCH/USP, 2006.
RADA NETO, José. Raul(zito) Seixas como produtor musical: aprendizado prático e construção da imagem artística. Anais do XXVII Simpósio Nacional de História. Julho de 2013.