O Marajá seria uma telenovela brasileira produzida pela Rede Manchete que estrearia em 26 de julho de 1993. Escrita por José Louzeiro e Regina Braga, com colaboração de Alexandre Lydia e Eloy Santos, sob direção geral de Marcos Schechtman.[1] No dia da estreia foi censurada e impedida de ir ao ar pela justiça em decorrência de uma ação movida por Fernando Collor por ser inspirada em sua gestão como presidente.[1]
Contaria com Júlia Lemmertz, Alexandre Borges, Antônio Petrin, Lúcia Alves, Rubens Corrêa, Jussara Freire, Rogério Fróes e Hélcio Magalhães nos papéis principais.
Produção
O Marajá era uma aposta pessoal de Adolpho Bloch, que retornou o controle da Rede Manchete em abril de 1993 um ano após vende- la ao Grupo IBF e encontrou a emissora sem qualquer dramarurgia no ar desde o fim de Amazônia em junho de 1992 durante sua primeira gestão – o empresário considerava as telenovelas um produto essencial na programação de qualquer canal.[2] José Louzeiro e Regina Braga apresentaram a sinopse de algo até então inédito na televisão brasileira: uma novela que contaria quase em tempo real os acontecimentos relacionados a política nacional, no caso o governo desastroso de Fernando Collor.[3]
Além disso, a novela era inspirada nos mocumentário, misturando a parte dramarúrgica com depoimentos de jornalistas e gravações reais do governo Collor.[1] Prevendo que haveria processos, Adolpho Bloch pediu aos autores que mudassem os nomes dos personagens reais para nomes fictícios e contratou uma advogada para auxilia-los na parte burocrática.[2] Na ocasião, a Folha de S.Paulo alegou que a novela era um formato inédito e pioneiro, que poderia mudar os rumos da dramarurgia nacional.[1]
Segundo o portal Teledramaturgia, os personagens inspirados em figuras reais foram:[2]
Processo e proibição de exibição
Ao saber da produção da novela, Fernando Collor entrou com um recurso na justiça para impedir sua exibição, alegando que sua honra seria manchada por "danos irreparáveis".[1] Após uma disputa de liminares, a justiça favoreceu o ex-presidente cassado e a novela foi censurada e proibida de ir ao ar em decisão tomada no sábado 24 de julho de 1993, porém a emissora só foi notificada na segunda-feira 26 de julho às 18h, duas horas antes da estreia, quando o elenco já estava todo reunido em uma festa para assisti-la.[1] Os advogados do canal tentaram derrubar a liminar na mesma hora, fazendo com que o Jornal da Manchete fosse prolongado por mais 30 minutos enquanto tudo estava sendo resolvido no tribunal, porém a justiça recusou o recurso e a proibição continuou.[1] Com isso, a minissérie americana A Chave para Rebeca foi ao ar no horário às pressas.[1]
Em janeiro de 1994, os advogados da Manchete conseguiram liberação para exibir a novela com cortes e uma prévia supervisão judicial, porém Adolpho Bloch desistiu de produzi-la quando soube que a equipe de Collor iria recorrer novamente e isso poderia fazer a obra sair do ar pela metade.[1] Os autores já tinham escrito 80 capítulos e 15 estavam gravados.[1] Em 1999, após a falência da Manchete, a Folha de S.Paulo revelou em reportagem que as fitas da novela foram escondidas por Adolpho Bloch de tal modo que nunca mais soube-se do seu paradeiro.[4][5] O ex-diretor da Manchete, Fernando Barbosa Lima, afirmou que o próprio Adolpho decidiu guardar as fitas em local secreto, com medo de que fossem roubadas e destruídas à mando de Collor.[1]
Apenas em abril de 2022 dois capítulos da novela foram disponibilizados no YouTube após membros do Canal Memória conseguirem o conteúdo com um produtor que trabalhou na equipe.[6]
Enredo
Mariana é uma jornalista política que começa a ser perseguida após escrever matérias criticando o confisco das contas-poupança da população pelo presidente Elle. Ela descobre um plano de golpe de estado para manter o presidente no poder por 30 anos arquitetado pelo gabinete dele: o lobista Paulo Faria, que compra e intimida quem for necessário; os assessores parlamentares Carlos Alberto e Felícia, que fazem tudo por dinheiro; a promotora de eventos Gilda, que também fornece prostitutas aos poderosos; e o segurança e assassino Lucio.
Com seu chefe, Osório, comprado pelo governo, Mariana corre contra o tempo para desmascarar o golpe com a ajuda do fotojornalista Tato, porém nem imagina que o próprio namorado, André, está envolvido neste meio.
Elenco
Participações especiais
Ligações externas
Referências
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