O Mal-estar na Civilização ou O Mal-estar na Cultura (em alemão: Das Unbehagen in der Kultur) é um texto do médico e fundador da psicanáliseSigmund Freud que discute o fato da cultura — termo que o autor iguala à civilização — produzir um mal-estar nos seres humanos, pois existe uma dicotomia entre os impulsos pulsionais e a civilização, ou seja, entre indivíduo e sociedade. Portanto, para o bem da civilização, o indivíduo é oprimido em suas pulsões e vive em mal-estar.
Foi escrito em 1929 e publicado pela primeira vez em alemão em 1930 como Das Unbehagen in der Kultur ("A inquietação na civilização"). Explorando o que Freud vê como o importante choque entre o desejo de individualidade e as expectativas da sociedade, o livro é considerado uma das obras mais importantes e mais lidas de Freud, e um dos livros mais influentes e estudados no campo da psicologia moderna.[1] É onde Freud esboça a relação entre os elementos de sua teoria da consciência com uma teoria social, o outro texto é O futuro de uma ilusão.
Contexto histórico
Este trabalho deve ser entendido no contexto de eventos contemporâneos: a Primeira Guerra Mundial influenciou indubitavelmente Freud e sua observação central sobre a tensão entre o indivíduo e a civilização. Em uma nação ainda se recuperando de uma guerra particularmente brutal, Freud desenvolveu pensamentos publicados dois anos antes em O futuro de uma Ilusão (1927), em que criticava a religião organizada como uma neurose coletiva. Freud argumentou que a religião domou os instintos sociais e criou um senso de comunidade em torno de um conjunto compartilhado de crenças, ajudando assim uma civilização. No entanto, ao mesmo tempo, a religião organizada exige um enorme custo psicológico do indivíduo, tornando-o perpetuamente subordinado à figura paterna primordial incorporada por Deus.[2]
Referências
↑Gay, Peter (1989). The Freud Reader. [S.l.]: W. W. Norton & Company