“À EX.ma SRa CONDESSA D'ABRANHOS
Minha Senhora: – Tive, durante quinze anos, a honra tão invejada de ser o secretário particular de seu Ex.mo Marido, Alípio Severo Abranhos, Conde d'Abranhos, e consumo-me, desde o dia da sua morte, no desejo de glorificar a memória deste varão eminente, Orador, Publicista, Estadista, Legislador e Filósofo.
V. Exa, Sra Condessa, ergue-lhe neste momento, no cemitério dos Prazeres, um mausoléu comemorativo, onde o cinzel do escultor Craveiro faz reviver a nobre figura do Conde.
Respeitosamente me arrojo, Sra Condessa, a imitar o piedoso acto de V. Exa, e neste livro – como o artista esculpiu no mármore o seu invólucro físico – eu pretendo reconstituir o seu ser moral. A estátua é assim completada pela biografia: na pedra, as gerações contemporâneas poderão contemplar a grandeza da sua atitude e a expressão do seu rosto; no livro, admirar- lhe-ão a elevação do espírito e a rectidão da alma. (...)”