Nascido em Lisboa a 30 de janeiro de 1922, filho de Luís Theotónio Pereira (Lisboa, Coração de Jesus, 17 de março de 1895 – Lisboa, 13 de fevereiro de 1990), neto materno dum alemão, e de sua mulher Alice de Azevedo Gomes de Bettencourt (Porto, 31 de dezembro de 1895 – Lisboa, 11 de junho de 1957). Nuno Theotónio Pereira (que mais tarde mudou o seu nome para Nuno Teotónio Pereira) formou-se como arquitecto a 19 de abril de 1949, diplomado com 18 valores pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Colaborou no Atelier do Arq.° Carlos Ramos entre 1940 e 1943. Ainda antes de concluir o seu curso, participou, em 1948, no 1.º Congresso Nacional de Arquitectura, como arquitecto estagiário. Fez com Costa Martins a comunicação Habitação Económica e Reajustamento Social e em 1949 foi proposto para sócio do Sindicato Nacional dos Arquitectos, havendo fundado em 1952 o Movimento para a Renovação da Arte Religiosa. Entre 1948 e 1972, foi consultor de Habitações Económicas na Federação das Caixas de Previdência, havendo realizado o primeiro concurso para habitações de renda controlada.[1] Foi presidente do Conselho Directivo Nacional da A.A.P. nos mandatos 1984/86 e 1987/89 e em 1966 foi presidente da Secção Portuguesa da U.I.A. — S.P.U.I.A. A nível internacional, foi o primeiro delegado português ao Comité do Habitat da União Internacional dos Arquitectos em Bucareste, 1966.
Faleceu a 20 de janeiro de 2016, na sua casa de Lisboa, a poucos dias de completar 94 anos de idade, após um longo período de doença.[2]
Em abril de 2015, Nuno Teotónio Pereira foi distinguido com o Prémio Universidade de Lisboa 2015 pelo exercício “brilhante” na área da Arquitectura e como “figura ética”.
A propósito do seu centenário foi criado um site, em 2022, com vista a dar a conhecer o seu trabalho e promover a investigação em torno da sua obra e a época em que viveu. Este projecto teve, para além do apoio da familia, o apoio da Fundação Gulbenkian e de várias figuras portuguesas, nomeadamente: a arquitecta e politica Helena Roseta, o geógrafo João Ferrão, o músico Júlio Pereira, Natércia Coimbra e o arquitecto Victor Mestre. [8]
Percurso Político
Foi figura de destaque nos chamados Católicos Progressistas que demonstrava uma revolta em relação as posições da Igreja Católica desde os primeiros anos da década de 60 e até ao 25 de Abril de 1974.
Foi detido pela DGS em maio de 1970, junto com os padres José da Felicidade Alves e Abílio Tavares Cardoso, e o Manuel de Azevedo Mendes Mourão, por causa do envolvimento com o movimento GEDOC[11] e em finais de 1973, quando ficou em Caxias até o 25 de Abril 1974.
Após o 25 de Abril, Nuno Teotónio Pereira foi um dos oradores do comício do Primeiro de Maio de 1974, em Lisboa.[12]
TOSTÕES, Ana (concep., coord. e textos); ALVES, José Manuel Costa (fot.). Arquitectura e cidadania: atelier Nuno Teotónio Pereira. Lisboa: Quimera, 2004. ISBN972-589-127-9.
Referências
↑Tostões, Ana (2004). Arquitectura e Cidadania - Atelier Nuno Teotónio Pereira. Lisboa: Quimera Editores, Lda. p. 63-66. ISBN972-589-127-9