Ser enterrado na muralha do Kremlin era a maior honra que um cidadão soviético poderia receber após a morte, seguido de ser enterrado no cemitério de Novodevitchi. O corpo de Vladimir Lênin, líder da revolução e símbolo do Estado soviético, é preservado em seu mausoléu, em frente à necrópole. A necrópole é constituída de três classes de túmulos:
Túmulos individuais: reservados para os chefes de estado soviéticos, contendo um busto do falecido.
Túmulos coletivos: os túmulos são localizados rentes à muralha, onde eram enterrados aqueles envolvidos em guerras ou acidentes que causam perdas em massa, como o Túmulo do Soldado Desconhecido com a chama eterna, homenageando os mortos na Grande Guerra Patriótica.
A ideia de um cemitério na Praça Vermelha surgiu com as perdas em massa do Exército Vermelho, e com um grande número de mortos a serem enterrados, viu-se o jardim do Kremlin como um bom memorial. Poucos anos depois, morre Jakov Sverdlov, que é enterrado aos pés da Muralha do Kremlin. Após a morte de Lênin, surgiu a ideia de sepultá-lo em um memorial, no coração de Moscou, e a partir de então, todos os chefes de estado que passassem pela posição de Lênin e cidadãos que realizassem atos de orgulho pelo país teriam o direito de ser enterrados junto ao líder supremo. Enquanto a Praça Vermelha é o mais conhecido símbolo da Rússia, o Mausoléu de Lênin e a necrópole continuam a ser uma das áreas mais visitadas por turistas, ou mesmo russos.
Konstantin Chernenko, presidente soviético que morreu em 1985, foi a última pessoa a ser enterrada na necrópole. Nikita Khrushchov, apesar de ter sido líder soviético entre 1953 e 1964, perdeu o direito de ser enterrado na muralha, já que foi considerado traidor. Com a morte do presidente Boris Iéltsin, em 2007, houve rumores de que o líder liberal pudesse ser lá enterrado, mas seu corpo acabou por ser sepultado no cemitério de Novodevitchi.