Depois de uma viagem ao Arizona, Curtis ficou fascinada pela música nativa americana. Ela começou a se dedicar ao estudo da música nativa americana. Curtis estudou música no Conservatório Nacional de Música da América, em Nova Iorque. Ela também estudou na França e na Alemanha alguns músicos de destaque, como Ferruccio Busoni.
Theodore Roosevelt
Theodore Roosevelt era amigo da família de Curtis e uma de suas maiores influências. Essa amizade era bastante útil quando se tratava de preservar as culturas nativas americanas. A certa altura, Curtis até entrou na casa de Roosevelt para pedir direitos tribais à terra com o chefe Mojave-Apache. Roosevelt se dirigiu a Curtis como alguém "... que fez muito para dar à cultura indígena sua posição adequada". Ele também contribuiu com o avanço da criação da coleção de musicas folclóricas de Curtis, intitulada como "The Indians Book" (O livro indígena), no qual ele comentou sobre "a profundidade e a dignidade do pensamento indígena".[2][1]
Carreira
A partir de 1903, ela trabalhou na reserva Hopi no Arizona e produziu transcrições usando um gravador, lápis e papel. Na época, esse trabalho com música e língua nativa estava em conflito com as políticas do Gabinete de Assuntos Indígenas, que desencorajava os nativos em reservas de falar sua língua, cantar sua música e vestir-se com trajes nativos. Foi somente após a intervenção pessoal de seu amigo, o presidente Theodore Roosevelt, que ela pôde continuar seu trabalho sem impedimentos. O próprio Roosevelt visitou a reserva Hopi em 1913 para as cerimônias com flauta e cobra dos Hopis, cuja visita fora detalhada por Curtis em "Theodore Roosevelt in Hopi Land (Theodore Roosevelt na terra dos Hopis)", um artigo que Curtis escreveu para a revista Outlook em 1919.[3]
Músicas
Em 1905, Curtis publicou The Songs of Ancient America (As Músicas da América Anciã). Caracterizando sua própria tarefa como transcritora, ela escreveu: “Não mudei de forma alguma das melodias, nem procurei harmonizá-las no sentido usual, nem fazer delas composições musicais... Meu único desejo foi deixar as canções indígenas serem ouvidas enquanto os próprios índios as cantam..."[4]
Em 1907, Curtis publicou The Indians’ Book, uma coleção de canções e histórias de 18 tribos. O livro serviu de fonte para a obra de sua ex-professora Busoni's Indian Fantasy, uma obra para piano e orquestra, apresentada pela primeira vez em 1915 pela Orquestra da Filadélfia sob Leopold Stokowski.
Por volta de 1910, Curtis ampliou sua pesquisa para incluir transcrição e coleção de música afro-americana, trabalhando no Instituto Hampton em Hampton, Virgínia, uma faculdade fundada em 1868 para educar ex-escravos. O trabalho foi financiado pelo filantropoGeorge Foster Peabody. Em 1911, ela e David Mannes fundaram a Colored Music Settlement School em Nova Iorque, e em 1912 ela ajudou a patrocinar o primeiro concerto com músicos negros no Carnegie Hall, um concerto que contou com a orquestra Clef Club, dirigida por James Reese Europe.
Em 1918 e 1919 Curtis (agora Curtis Burlin) publicou quatro volumes intitulados Negro Folk-Songs. Ela publicou as músicas em harmonia de quatro partes, uma tarefa que rendeu elogios do compositor Percy Grainger em 1918.[5] A renda dos volumes foi para o Instituto Hampton. Curtis também começou a estudar a música de tribos africanas e em 1920 publicou Songs and Tales from the Dark Continent. Em 1917 ela se casou com o artista Paul Burlin e eles se mudaram para a França, onde ela veio a falecer em um acidente de trânsito em 1921.
Seu trabalho publicado muitas vezes não aparecia em revistas acadêmicas de antropologia ou folclore. Por exemplo, o trabalho Curtis foi publicado no Southern Workman, The Craftsman e The Outlook, bem como em publicações musicais em geral, como Musical America. Revisões de seu trabalho apareceram em tais revistas, bem como em periódicos acadêmicos padrões da época.[6]