Em Nárnia, alguns animais podem falar, as criaturas mitológicas abundam[3], e a magia é comum. As pessoas, geralmente crianças, entram no mundo narniano provenientes do "nosso mundo", a Terra.
Geografia
Nárnia é um mundo plano e geocêntrico, ao contrário do nosso, conforme é narrado em A Viagem do Peregrino da Alvorada. No limiar do mundo de Nárnia, o oceano tem água doce, é coberto por flores, e o céu encontra o mar. Além do mais, no extremo leste deste oceano está o País de Aslam.
O solo é uma camada morta como a pele que recobre o nosso corpo, mas no interior da terra, as rochas também são criaturas vivas como é relatado em A Cadeira de Prata.
O céu é habitado pelas estrelas, que também são vivas e realizam danças que os sábios podem interpretar para fazer predições sobre a chegada de Aslam e outros acontecimentos.
O sol é um disco em chamas que dá a volta em torno do mundo de Nárnia uma vez a cada dia. É no sol que estão as flores de fogo, cujo extrato compõe o líquido do frasco de diamante entregue para Lúcia por Papai Noel no livro O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa.
Lista de localidades
Nárnia é o principal país dentro do mundo de Nárnia; porém este mundo contém outros locais, como a Arquelândia, Ermo do Lampião, a Calormânia, a Charneca de Ettin, o Grande Deserto, Telmar, os Campos Agrestes do Norte, os Campos Ocidentais e o País de Aslam.
Multiverso
Lewis descreve nos livros um multiverso onde Nárnia é um dos vários universos existentes juntamente com o mundo em que vivemos. Isto pode ser observado no Bosque entre Mundos de O Sobrinho do Mago, que possui lagos que ligam diversos universos, entre eles o nosso, o de Nárnia e o de Charn, de onde provém Jadis, a Feiticeira Branca.
Cada história propicia uma passagem diferente do nosso mundo para o mundo de Nárnia, de modo que algumas crianças de nosso mundo possam entrar no mundo de Nárnia. O primeiro meio de passagem foram os anéis mágicos do Tio André em O Sobrinho do Mago, passando pelo guarda-roupa de O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa, e também a própria vida, como acontece em A Última Batalha.
Passagem do tempo
O tempo em Nárnia não passa da mesma forma que em nosso mundo. Em geral ele passa muito mais rápido em Nárnia, como acontece em O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa quando as crianças crescem e se tornam grandes reis, mas voltam pelo guarda-roupa de volta ao nosso mundo como se não houvesse passado tempo algum. Em Príncipe Caspian, é revelado que o tempo em Nárnia é muito rápido ao compará-lo ao tempo do nosso mundo, quando Susana diz que 1300 anos em Nárnia correspondem a 1 ano em nosso mundo.
A ideia de que o tempo passa de maneira diferente em locais diferentes nos remete a Teoria da Relatividade de Albert Einstein[4] e alguns versículos da Bíblia como Salmo 90:4 Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite.
Os livros narram vários trechos da história de Nárnia, começando com a criação em O Sobrinho do Mago, até que o fim é decretado em A Última Batalha.
O autor forneceu uma linha do tempo que enumera os acontecimentos relevantes de Nárnia, em anos daquele mundo. Eis uma lista dos fatos mais relevantes:
Leão redentor de Nárnia[6], responsável pela sua criação e destruição. Criou Nárnia através do seu canto, como é relatado em O Sobrinho do Mago. Ele é referenciado como filho do Imperador de Além-Mar, e aparece em Nárnia quando o país precisa de ajuda.
Anões
Há dois tipos de anões habitando Nárnia, os vermelhos e os negros, cuja diferença está justamente na cor dos cabelos. Além disso, os anões de cabelo vermelho são mais fiéis a Aslam, enquanto os de cabelo escuro são mais inclinados à batalha e a seus próprios problemas. Também é relatado que há anões renegados que são mestiços com humanos. Isso nos leva a crer que também existem anãs.
Há diversas espécies de animais falantes, desde roedores até lobos e cavalos. Apesar destes animais se parecerem com os que encontramos em nosso mundo, possuem algumas diferenças além da habilidade de falar. Por exemplo, o tamanho diferente dos animais que não sabem falar nem pensar.
Os animais que falam são poupados dos serviços pesados em respeito ao intelecto atribuído a eles no momento da criação de Nárnia. Em todos os livros é dito que matar um destes animais é um crime odioso. O mesmo não acontece com os animais não falantes.
Inúmeras criaturas mitológicas também habitam o mundo de Nárnia, grande parte vinda da mitologia grega. Por exemplo, o Sr. Tumnus é um fauno[7], e Passofirme é um centauro.
Em O Príncipe Caspian também são citadas divindades mitológicas como Baco, Sileno e Pã, que na história se sujeitam à autoridade de Aslam.
Feiticeiras
É relatada a aparição de duas feiticeiras em Nárnia em duas épocas distintas[8].
A primeira é a Feiticeira Branca, também conhecida como Jadis, imperatriz de Charn. Esta feiticeira esteve presente em Nárnia desde a sua criação, conforme é narrado em O Sobrinho do Mago, sendo rainha ilegítima mantendo o país castigado por um inverno de cem anos, até que foi derrotada em O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa por Aslam.
Entre outras criaturas, podemos citar o pessimista paulamaBrejeiro (de A Cadeira de Prata). Os paulamas possuem o corpo de um homem alto e magro com mãos e pés de sapo, além de morarem em pântanos e terem hábitos pouco higiênicos. Aparentemente são criação de C.S. Lewis.
Também podemos citar os terrícolas que habitam o mundo inferior (mostrados em A Cadeira de Prata) e os tontópodes, criaturas de uma perna só, e com tendência a seguirem cegamente os pensamentos dos mais influentes, conforme narrado em A Viagem do Peregrino da Alvorada.