Armindo Mário Rates PachecoComIH (9 de abril de 1953) é um guitarrista e compositor português.[1]
Biografia
A guitarra e a composição musical de Mário Pacheco segura e envolvente não é um acaso. Reflecte dedicação, empenho e carinho especial pela arte musical e em particular pelo fado, alicerçados numa tradição familiar.
Filho do guitarrista António Pacheco que acompanhou alguns dos maiores fadistas, cedo Mário Pacheco vai desvendando mistérios do trinar da guitarra e dos caminhos melódicos da composição fadista. Esta aprendizagem nata será intensificada e ampliada no estudo do solfejo e da guitarra clássica na Academia de Música de Lisboa. Todavia, é a guitarra portuguesa que o prende, o instrumento que, como afirma, “mais expressivamente define o fado”. Estuda afincadamente os grandes guitarristas: Armandinho, Carlos Paredes e Fontes Rocha.
Com o embalo musical que tinha foi inevitável que surgisse essa vontade e a inspiração para compor no entendimento pleno das formas e harmonias fadistas.
Em 1992 é editado o seu primeiro álbum, “Um outro olhar” que procura traduzir como a música de Mário Pacheco reflecte uma outra visão da nostalgia e de como a saudade e a tristeza se cruzam, harmoniosamente, abrindo-se a outras linguagens musicais, pois também o fado é reflexo e súmula de várias outras melopeias.
A este álbum que marcou a história musical portuguesa seguiram-se “Guitarras do fado”, “Cantar Amália” e “Guitarra portuguesa”.
Mário Pacheco tinha entretanto encontrado na histórica Alfama, junto à Sé de Lisboa, um local onde cria um espaço de referência do fado e também de criação artística. Chama-lhe "Clube de Fado". Na realidade é um clube enquanto espaço de convívio, de tertúlia e troca de ideias em ambiente fadista. Este espaço onde o fado acontece todas a noites faz jus à tradição. É aí que Mário Pacheco solta amarras e a sua guitarra viaja…
O CD/DVD espelha uma “saída fora de portas” no ambiente aristocrático do Palácio de Queluz. Neste espectáculo, Mário Pacheco lembra os seus “mestres”: Carlos Paredes e José Fontes Rocha, compondo dois instrumentais em sua homenagem e convida fadistas que interpretam as suas melodias: Camané, Rodrigo Costa Félix, Ana Sofia Varela e Mariza, quatro nomes incontornáveis do fado, assim como os músicos Carlos Manuel Proença (viola), Rodrigo Serrão (contrabaixo), Marta Pereira da Costa (Guitarra Portuguesa) e ainda o quarteto de cordas de Arlindo Silva.
Este é um cenário mágico. Na escadaria Robillion, construída em 1764, desfilam emoções, sentimentos, imagens de vida, acontece fado pelas palavras dos poetas e na inspirada música e guitarra de Mário Pacheco.
Após vender o Clube de Fado em 2019, Mário Pacheco edita o album "Livre" com produção de Diogo Clemente e participações especiais de Javier Limon, Jaques Morelenbaum e Gustavo Santaolalla. Neste album sao seus convidados também, Walter Rolo, Ruben Alves, Joao Barradas, Ricardo Toscano, Marino de Freitas entre outros. "A minha vida é o Fado, o meu Mundo é a musica e o meu desejo é ser Livre"[7]
A especializada revista britânica Songlines distinguiu “A Música e a Guitarra” como um dos melhores álbuns de World Music recentemente editados. "A música e a guitarra" de Mário Pacheco está no “Top of the World”.[8]