Minitel

Le Minitel 1
1982

Minitel foi um pequeno terminal de consulta de banco de dados comerciais existentes nos Correios, nas Telecomunicações e nas Teledifusões existentes na França.[1][2][3]. Considerado um precursor da internet.

Criação

Após testes em 1978 na região da Bretanha, O serviço de Videotexto on-line, Minitel, foi lançado na França em 1982 pela PTT (Postes, Télégraphes et Téléphones, tradução para o português: Correios, Telegráfos e Telefones). Desde 1991 que o serviço está dividido entre a France Télécom - Orange e a La Poste.[1]

Quando foi criado, os usuários faziam compras on-line, podiam checar informações em uma lista telefônica (annuaire électronique), reservas para o trem, checavam a cotação das ações na bolsa de valores, a lista telefônica, e, ainda estabeleciam um chat similar com aquele que é feito pela Internet.[4][5]

Percurso Cronológico

1982: depois de testes e feito o lançamento do Minitel.

1984: o quiosque de telemarketing é aberto.

1985: é inaugurado, na França, o Anuário Eletrônico Nacional.

1987: lançamento no mercado das tarifas de patamar.

1995: chega ao mercado uma nova geração de terminais:o Magis (microprocessador e revisor de textos do Minitel) e o Sillage (telefone com écran do Mintel).

2000: conversão do Minitel e da Internet (distribuição de um emulador i-minitel). Lançamento do Muti-Publication et Hop Minitel.

2002: O Minitel desenvolve-se sob novos suportes e o modelo de quiosque é adaptado à Internet (soluções w-HA).

2005: 351 milhões de ligações em, atingindo cerca de € 206 milhões de retorno[6].

2011: A France Télécom informou que vai encerrar o serviço para que tenha uma liberalização dos serviços telefônicos franceses. Também para consolidar o uso da internet e do teletexto.

2012: O serviço é definitivamente encerrado.[1][7]

Técnica

O Minitel usa terminais constituídos por tela de texto, teclado e modem. Geralmente, o Minitel está integrado ao modem que lida com um número especais conectado ao PAVI (Point d'Accès Videotexte, "Ponto de Acesso do Videotexto"). O PAVI transmite informações de volta para o servidor da companhia apropriada ou para administração que utiliza o Transpac X.25 network.[8] Em França, era comum discar o número "36 15", enquanto que o "36 17" era usado para os serviços mais dispendiosos. Esses números eram os prefixos dos serviços do Minitel, que os identificava como tal; por exemplo o Google Minitel era conhecido por "36 15 Google". E o prefixo "36 15" tinha o mesmo significado que o ".com", atual sufixo do website da Internet. Tecnicamente, o Minitel refere-se aos terminais, enquanto que o network é conhecido por Teletel.[9]

Minitel e Internet

Muitos consideraram o Minitel como um motivo de atraso para o desenvolvimento da Internet na França, já que este último oferecia segurança e fácil acesso para vários serviços on-line, sem requerer o uso de um computador personalizado. Contudo, o Minitel possui vantagens, tais como: não precisa de assinatura para que se efetue um serviço ou compra nem para a manutenção de uma computador, e emite com segurança os pagamentos feitos por cartão de crédito ou outra informação pessoal. Além disso, o Minitel tem um padrão bem-definido que raramente apresenta problemas de compatibilidade. [10][11]

Minitel em outros países

Suécia: em 1991, o estado sueco tentou introduzir um serviço similar na companhia telefónica Televerket, mas em 1993 o serviço faliu. E, assim, criaram o Teleguide nos quais os terminais eram constituídos pelo IBM.

África do Sul: em 1986, o Videotexto foi introduzido no Telkom, pelo nome de Beltel. Depois, o Minitel foi introduzido para os serviços populares.

Irlanda: em 1988, o Minitel foi introduzido na Irlanda pelo eircom (Telecom Eireann). O sistema era baseado no modelo francês e o serviço Irlandês era acessado na França pelo código "36 19 Irlanda". Os terminais do Minitel da Irlanda eram tecnicamente parecidos aos dos correspondentes franceses, apesar de terem o teclado Qwerty e o telefone RJ-11.

Países Baixos: o PTT (atual KPN) operou com duas plataformas: o Viditel (grande central de números) e o Videotex (central de acesso do sistema responsável pela conexão correta dos vastos números demandados por outros).

Canadá: a Bell Canadá incorporou na fase experimental do Minitel, o sistema conhecido por AlexTel. A similaridade entre ambos era enorme, apesar do telefone usar o Bell System Rj-11.

Brasil: um sistema bem sucedido foi iniciado em São Paulo, pela antiga estatal Telesp. Operou de 1982 até meados dos anos 1990; algumas poucas companhias telefônicas de outros estados instalaram sistemas similares, mas com bases de dados e serviços diferentes. O principal motivo para o sucesso do Minitel em São Paulo foi que a companhia telefônica oferecia apenas o serviço e o acesso à lista telefônica de assinantes, enquanto outras empresas - bancos, provedores de bancos de dados, jornais - ofereciam conteúdos e serviços adicionais. O sistema teve seu ápice em 1995, com cerca de 70 mil assinantes.

Portugal: O serviço de videotexto foi iniciado em 1985, pela empresa Transdata, um consórcio entre as empresas CTT (gestora dos correios em Portugal) e TLP (Telefones de Lisboa e Porto, gestora dos telefones em Portugal), dando mais tarde lugar à Telepac. A Telepac seria integrada no grupo Portugal Telecom. O videotexto teve algum sucesso em Portugal, usando a posição monopolista dos TLP, bem como associando o serviço a campanhas promocionais entre as empresas.

O Minitel também está incorporado em países como: Bélgica (pela Belgacom), Alemanha (Bildschirmtext, BTX), Estados Unidos da América (Qwest) e a Itália (Telecom Italia).[12]

Referências

  1. a b c Minitel: The rise and fall of the France-wide web, BBC News, 27 June 2012. Visited: 29 June 2012
  2. Presse, Agence France (21 de julho de 2011). «Le Minitel disparaîtra en juin 2012» [Minitel will disappear in June 2012]. Le Figaro  (em francês) (English translation)
  3. Lichfield, John (9 de junho de 2012). «How France Fell Out of Love with Minitel». The Independent 
  4. "On the Farms of France, the Death of a Pixelated Workhorse", Scott Sayare, New York Times, 27 June 2012
  5. Mailland, Julien; Driscoll, Kevin (20 de Junho de 2017). «Minitel: The Online World France Built Before the Web» (em inglês). IEEE. Consultado em 12 de Setembro de 2018 
  6. «Bilan Minitel 2005» (PDF, 920KB) (Nota de imprensa). France Telecom. 2005. Consultado em 2 de agosto de 2006  (em francês)
  7. «Projecto francês precursor da Internet vai ser desligado» 
  8. «Imprimantes Rouleau Thermique». Acel Genesys. Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 5 de fevereiro de 2009  (em francês)
  9. JR. DIZARD, Wilson. A Nova Mídia: A comunicação de massa na era da informação.Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2000.
  10. História no Leskioske.com
  11. LES KIOSQUE. Benefices. Disponível em: http://www.leskiosques.com/V3/solutions/minitel/benefices.php4. Acesso em: 03.09.2008.
  12. MINITEL. Magis, le Minitel de base. Disponível em: http://www.minitel.fr/terminaux_public.htm Arquivado em 16 de março de 2009, no Wayback Machine.. Acesso em: 03.09.2008.

Ligações externas