Depois de entrarem no palácio, os conspiradores procuraram Miguel Vasconcelos, mas dele nem sinal. Já tinham percorrido os salões, os gabinetes de trabalho, os aposentos do ministro — e nada.
Acontece que Miguel de Vasconcelos, quando se apercebeu que não podia fugir, escondeu-se num armário e fechou-se lá dentro com uma arma. O que finalmente o denunciou foi o tamanho do armário. O escondido, ao remexer-se para mudar de posição, provocou uma restolhada de papéis. Foi quanto bastou para os conspiradores rebentarem a porta e o crivarem de balas. Depois atiraram-no pela janela fora.
O corpo caiu no meio de uma multidão enfurecida que descarregou sobre o mesmo todo o seu ódio, cometendo verdadeiras atrocidades. O cadáver permaneceu no mesmo local para ser lambido pelos cães, símbolo da mais pura profanação.