Mieloma múltiplo é o cancro dos plasmócitos, um tipo de glóbulos brancos normalmente responsável pela produção de anticorpos.[5] Em muitos casos, nos estádios iniciais da doença não se manifestam sintomas.[1] À medida que a doença avança, os possíveis sintomas são dor óssea, infeções frequentes e anemia.[1] Entre as complicações está a amiloidose.[2]
Em 2015, o mieloma múltiplo afetava 488 000 pessoas em todo o mundo e foi a causa de 101 000 mortes.[7][8] Nos Estados Unidos, a doença desenvolve-se em cerca de 6,5 em cada 100 000 pessoas por ano, afetando 0,7% das pessoas em determinado momento da vida.[6] A idade de diagnóstico mais comum são os 61 anos. A doença é mais comum entre homens do que entre mulheres.[5] Sem tratamento, a sobrevivência é em média de sete meses.[2] Com os tratamentos atuais, a sobrevivência é geralmente de 4–5 anos.[2] A taxa de sobrevivência a cinco anos é de cerca de 49%.[6] O termo "mieloma" tem origem no grego myelo-, que significa "medula", e -oma que significa "tumor".[11]
A destruição óssea acentuada ocasionada pelos plasmócitos neoplásicos leva, com freqüência, a dores ósseas, fraturas patológicas, hipercalcemia e anemia.
Infecções
Podem ocorrer infecções recorrentes, em parte devido à produção diminuída de imunoglobulinas normais, contrastando com o excesso do componente monoclonal anormal.
Insuficiência Renal
As imunoglobulinas monoclonais e proteínas de cadeia leve causam dano aos túbulos renais causando proteinúria e hematúria.
Anemia
A anemia pode ser ocasionada tanto pela infiltração neoplásica da medula óssea quanto pela diminuição dos níveis de eritropoetina em decorrência da insuficiência renal.
Sintomas neurológicos
Radiculopatia, visão borrosa e dor de cabeça são as complicações neurológicas mais comuns, causadas pelo aumento da viscosidade sanguínea. Outros sintomas incluem confusão mental, perda de controle da bexiga, paralisia das pernas e dor na mãos (síndrome do túnel do carpo). A neuropatia também pode ser um efeito adverso da quimioterapia.
Causas
Esta doença em geral desenvolve-se a partir de uma condição pré-maligna assintomática chamada gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI). A GMSI é identificável em cerca de 3% da população acima dos 50 anos. Esta condição evolui para mieloma múltiplo na taxa de cerca de 1% ao ano.[12]
Em alguns pacientes, é identificável uma condição intermediária, também assintomática, porém num estágio pré-maligno mais avançado, denominada mieloma múltiplo smoldering.[13]
Diagnóstico
Deve-se suspeitar mieloma em pacientes com anemia normocítica, insuficiência renal, dor óssea e calcemia elevada. Exames de imagem pode detectar complicações como deformação óssea. A aspiração da medula óssea com agulha longa para biópsia tem valor prognóstico. Electroforese indica um grande aumento nas imunoglobulinas (gamapatia monoclonal) geralmente IgG ou com menos frequência IgA e IgM. A confirmação diagnóstica é feita buscando as proteínas M ou beta-2-microglobulina, ambas produzidas pelas células do mieloma, e que informam sobre a agressividade do mieloma.[14]
↑Kyle RA, Therneau TM, Rajkumar SV; et al. (2002). «A long-term study of prognosis of monoclonal gammopathy of undetermined significance». N Eng J Med. 346: 564-569 !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Kyle RA, Remstein ED, Therneau TM; et al. (2007). «Clinical course and prognosis of smoldering (asymptomatic) multiple myeloma». N Eng J Med. 346: 564-569 !CS1 manut: Uso explícito de et al. (link) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)