Além do nome comum «amargoseira», esta espécie também pode ser conhecida como: amargoseira-do-himalaio[2], conteira[2] (não confundir com as espécies Hedychium gardnerianum e Canna indica, que consigo partilham este nome comum)[3], lilás-das-índias[2], nimbo[4], mélia[2][5] e azedaraque[2][6] (também grafado azedaraco[7] e azederaco[8]).
O substantivo «nimbo» entrou na língua portuguesa por via do concâni, língua nativa falada em partes na antiga Índia Portuguesa.[4]
O substantivo «azedaraque» e as suas variantes gráficas, resultam do aportuguesamento do epíteto específico azederach.[6][7][8]
Distribuição
A amargoseira é nativa do Oriente, marcando presença em inúmeros da Ásia até à Austrália (incluindo a China, o Japão, a Índia, o Sri Lanka e a Indonésia).[2] Encontra-se naturalizada no Sul do continente europeu e no Norte de África, podendo ocorrer subespontaneamente, ainda, nos territórios tropicais do continente americano.[2]
Descrição
A amargoseira pode alcançar até 20 metros de altura. Caracteriza-se pelas suas folhas caducas, de grandes dimensões e feitio serrado.[5] As folhas da amargoseira são compostas e subdividem-se em pequenos conjuntos emparelhados com um número ímpar de folíolos.
Esta espécie floresce entre Abril e Junho[2], sendo que as suas flores, aromáticas e de coloração arroxeada, se dispõem em panículas.[5]
Os frutos da amargoseira são drupáceos de pequenas dimensões, que assumem uma coloração amarelada, quando maduros.[5]
Usos
A madeira da amargoseira de cor esbranquiçada, rósea ou avermelhada, com veios castanhos, é muito apreciada comercialmente.
A amargoseira também costuma ser cultivada, amiúde, como árvore ornamental.
As folhas e a casca da amargoseira são usadas para fins medicinais, sendo-lhes reputadas propriedades vermífugas, purgativas e eméticas. Também são usadas na preparação de inseticidas..[11]
Embora os seus frutos sejam muito apreciados pelas aves, os mesmos são tóxicos para o ser humano[12] e para os suínos.
ALCHÉ, L.E.; A, FEREK, G.A.; MEO, M.; COTO, C.E.; MAIER, M.S. An antiviral meliacarpin from leaves of Melia azedarach L. Zeitschrift für Naturforschung, v.58c,p.215-219, 2003.
CINTO, A. H.; GARTLAND, H. M. Resultados preliminares de uma plantacion de mejora del bosque nativo com Araucaria angustifolia (Bert.) O. Ktze e Melia azedarach em la província Missiones (Argentina). In: CONGRESSO FLORESTAL ARGENTINO, 1969, Buenos Aires. Actas. Buenos Aires, 1971. p. 725-736.
Christina, A .J.M ., N.A.H. Najumadeen, S.V. Kumar, N. Mainikandan, G.C. Tobin, S. Venkataraman, N. Murugesh, 2006. Antilithiatic effect of on Melia azedarach ethylene glycol - induced nephrolitiasis in rats. Pharmaceutical Biology., 44(6): 480 - 485.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Lisboa; Temas e Debates; 2005
VASCONCELLOS, João de; LOUSÃ, M. Amargoseira,in "Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura, Edição Século XXI", Volume II, Editorial Verbo, Braga, Janeiro de 1998.