Mary Catherine Bateson (Nova Iorque, 8 de dezembro de 1939 – Darmouth, 2 de janeiro de 2021) foi uma escritora e antropóloga cultural americana.
Filha de Margaret Mead e Gregory Bateson, Bateson foi uma autora notável na sua área com muitas monografias publicadas.[1] Entre seus livros destaca-se With a Daughter's Eye: A Memoir of Margaret Mead e Gregory Bateson, um relato de sua criação por dois pais famosos. Ela ensinou na Universidade de Harvard, Amherst College, Universidade George Mason, entre outros. Bateson foi membro do International Leadership Forum e foi presidente do Institute for Intercultural Studies em Nova Iorque até 2010.[2]
Infância e educação
Bateson formou-se na Brearley School, recebeu seu mestrado em 1960 no Radcliffe College e seu doutorado em linguística e estudos do Oriente Médio de Harvard em 1963. Sua dissertação examinou padrões linguísticos na poesia árabe pré-islâmica.[3]
Vida pessoal
Bateson foi casada com Barkev Kassarjian, professor de administração no Babson College, de 1960 até sua morte. Eles tiveram uma filha, Sevanne Margaret (nascida em 1969), uma atriz que trabalha profissionalmente sob o nome de Sevanne Martin, e dois netos. Pelo lado materno da família, Bateson também era primo de Jeremy Steig e sobrinha de William Steig e Leo Rosten.[1][4]
Morte
Bateson morreu em 2 de janeiro de 2021 em um hospício perto de sua casa em Lebanon, Nova Hampshire, aos 81 anos de idade.[5] Ela havia sofrido danos cerebrais devido a uma queda alguns meses antes.[5]
Característica literária
Bateson se considerava uma “ativista pela paz e justiça” e sublinhou a importância nos anos de “longevidade imprevista” de continuar disposto a aprender.[6]
No início de sua carreira, ela era linguista e estudou poesia árabe. Então, ela mudou seu foco de um interesse profissional em padrões humanos de comunicação para estudos altamente formalistas, que iniciou sua carreira como antropóloga. Mudando o foco nos tópicos, Bateson começou a usar sua própria experiência de vida para escrever.[6] Bateson usou sua própria experiência como mulher, filha, mãe, estudiosa e antropóloga, que passou por muitas situações diferentes, como guia para seus escritos.[7] Bateson gostava de manter seus leitores engajados fazendo-os questionar sua ideologia e entreter as próprias leituras provocando pensamentos com perguntas. Ela escrevia em um estilo semelhante ao diário e frequentemente usava exemplos pessoais ou citações para ideias e observações.[7] Ela também usou experiências transculturais de outros indivíduos incorporados em seus escritos.[7]
Um dos primeiros livros de Bateson foi seu livro de memórias With a Daughter's Eye, no qual ela refletia sobre sua vida com seus pais falecidos: Margaret Mead e Gregory Bateson.[8] O livro de memórias criou um caminho de autodescoberta e capacitação das experiências que ela incorporou em seus escritos, como seu próximo livro, Composing a Life.[9] Esse livro mostrou o quão profundamente conectada foi a própria jornada de Bateson como acadêmica, pois a mesma vivia num mundo paralelo em que ela e outras mulheres enfrentavam o sexismo aberto e a inferioridade feminina.[9] Ela questionou as expectativas de gênero e a realidade misógina dos anos 1980 com seu livro usando sua própria experiência como paralelo.
Em todo o seu trabalho, ela usava esta metodologia para ajudar a desenvolver seus textos. Muitos de seus livros ainda são usados como inspiração para feministas que questionam as expectativas de gênero.
Referências
- ↑ a b Brinthaupt, Thomas M.; Lipka, Richard P. (21 de fevereiro de 2002). Understanding Early Adolescent Self and Identity (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780791453346. Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ «NYTimes». movies2.nytimes.com. Consultado em 19 de março de 2020
- ↑ Kassarjian, Mary Catherine (1963). A Study of Linguistic Patterning in Pre-Islamic Arabic Poetry (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9798643145431. Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ Banner, Lois W. (15 de dezembro de 2010). Intertwined Lives (em inglês). [S.l.: s.n.] ISBN 9780307773401. Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ a b Green, Penelope (14 de janeiro de 2021). «Mary Catherine Bateson Dies at 81; Anthropologist on Lives of Women». The New York Times (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ a b «CHAPTER TEN. Epilogue: Composing a Life», ISBN 9781400835706, Princeton: Princeton University Press, Karl Pearson: 297–314, 31 de dezembro de 2010, doi:10.1515/9781400835706.297, consultado em 21 de outubro de 2021
- ↑ a b c Parker, Marcie (1.º de maio de 2002). «BATESON, Mary Catherine, FULL CIRCLES. OVERLAPPING LIVES: Culture and Generation in Transition». Journal of Comparative Family Studies (em inglês). 33 (2): 312–313. ISSN 0047-2328. doi:10.3138/jcfs.33.2.312. Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ Tannen, Deborah; Bateson, Mary Catherine; Bateson, Gregory; Mead, Margaret (março de 1986). «With a Daughter's Eye: A Memoir of Margaret Mead and Gregory Bateson». Language (em inglês). 62 (1). 198 páginas. ISSN 0097-8507. JSTOR 415615. doi:10.2307/415615. Consultado em 23 de abril de 2022
- ↑ a b «Information on women's lives», ISBN 9781315835129, Routledge, Hardship & Health Womens Lives: 30–49, 21 de janeiro de 2014, doi:10.4324/9781315835129-12, consultado em 23 de abril de 2022
Bibliografia
- Thinking Race: Social Myths and Biological Realities (2019) with Richard Goldsby (em inglês).
- Composing a Further Life: The Age of Active Wisdom (2010) - (em inglês).
- Willing to Learn: Passages of Personal Discovery (2004) - (em inglês).
- Full Circles, Overlapping Lives: Culture and Generation in Transition (2000) - (em inglês)
- Peripheral Visions - Learning Along the Way (1994) - (em inglês)
- Composing a Life (1991) - (em inglês)
- Thinking AIDS (1988) with Richard Goldsby. (em inglês)
- Angels Fear: Towards an Epistemology of the Sacred (1987) written with Gregory Bateson. (em inglês)
- With a Daughter's Eye: A Memoir of Margaret Mead and Gregory Bateson (1984) - (em inglês)
- At Home in Iran (1974) - (em inglês)
- Our Own Metaphor: A Personal Account of a Conference on the Effects of Conscious Purpose on Human Adaptation (1972) - (em inglês)
- Arabic Language Handbook (1967) - (em inglês)
Ligações externas
