Marie François Sadi Carnot

Sadi Carnot
Marie François Sadi Carnot
5.º Presidente da França
Período 3 de dezembro de 1887
a 25 de junho de 1894
Primeiro-Ministro
Antecessor(a) Jules Grévy
Sucessor(a) Jean Casimir-Perier
Co-Príncipe de Andorra
Período 3 de dezembro de 1897
a 25 de junho de 1894
Co-Príncipe Salvador Casañas y Pagés
Antecessor(a) Jules Grévy
Salvador Casañas y Pagés
Sucessor(a) Jean Casimir-Perier
Salvador Casañas y Pagés
Dados pessoais
Nome completo Marie François Sadi Carnot
Nascimento 11 de agosto de 1837
Limoges, Limusino, França
Morte 25 de junho de 1894 (56 anos)
Lyon, Ródano-Alpes,
França
Progenitores Mãe: Jeanne Dupont-Savignat
Pai: Lazare Hippolyte Carnot
Alma mater Escola Politécnica
Escola Nacional de Pontes e Estradas
Esposa Cécile Dupont-White (1863–1894)
Partido Republicano Oportunista
Religião Catolicismo
Profissão Engenheiro

Marie François Sadi Carnot (Limoges, 11 de agosto de 1837Lyon, 25 de junho de 1894) foi um engenheiro e político francês que serviu como o 5.º Presidente da França e Co-Príncipe de Andorra de 1887 até seu assassinato.[1]

Vida

Originário de família conhecida, Carnot, foi filho de Lazare Hippolyte Carnot, neto de Lazare Carnot (le Grand Carnot), sobrinho do outro Sadi Carnot, irmão de Adolphe Carnot e pai de Ernest Carnot.[1]

Presidência

Quando os escândalos de Daniel Wilson ocasionaram a queda de Jules Grévy em dezembro de 1887, a reputação de integridade de Carnot fez dele um candidato à presidência, e ele obteve o apoio de Georges Clemenceau e muitos outros, de modo que foi eleito por 616 votos em 827 — ele assumiu o cargo em um período crítico, quando a república foi quase abertamente atacada pelo general Boulanger.[1]

Visita do Presidente Carnot ao Imperador do Brasil (Le Monde Illustré, n.º 1.635, 28/07/1888).

Entre 1887 e 1889, o governo teve de enfrentar o Episódio Boulanger, ascensão política de um general suspeito de conspiração. Perseguido, Boulanger exilou-se na Bélgica.[1]

A parte ostensiva de Carnot durante essa agitação limitou-se a aumentar sua popularidade por aparições oportunas em ocasiões públicas, que ganharam crédito para a presidência e a república. Quando, no início de 1889, Boulanger foi finalmente levado ao exílio, coube a Carnot aparecer como chefe de Estado em duas ocasiões de especial interesse, a celebração do centenário da Revolução Francesa em 1889 e a abertura da Exposição de Paris no mesmo ano.[2] O sucesso de ambos foi considerado como uma ratificação popular da república e, embora continuamente assediado pela formação e dissolução de ministérios efêmeros, por surtos socialistas e pelo início do antisemitismo, Carnot teve uma crise séria a superar, os escândalos do Panamá de 1892, que, se prejudicaram muito o prestígio do estado, aumentaram o respeito sentido por seu chefe, contra cuja integridade ninguém poderia dizer uma palavra.[1]

Carnot era a favor da Aliança Franco-Russa e recebeu a Ordem de Santo André de Alexandre III.[1]

Assassinato

Carnot estava atingindo o auge de sua popularidade quando, em 24 de junho de 1894, após fazer um discurso em um banquete público em Lyon no qual parecia insinuar que não buscaria a reeleição, foi esfaqueado por um anarquista italiano chamado Sante Geronimo Caserio. Carnot morreu pouco depois da meia-noite de 25 de junho. O esfaqueamento despertou horror e pesar generalizados, e o presidente foi homenageado com uma elaborada cerimônia fúnebre no Panteão de Paris em 1.º de julho de 1894, onde foi sepultado junto ao túmulo de seu avô Lazare Carnot[3][4], sendo o primeiro e único Presidente da República Francesa sepultado nesse edifício.[nota 1]

Caserio chamou o assassinato de ato político e foi executado em 16 de agosto de 1894.[6]

Ver também

Notas

  1. Em maio de 1932, as autoridades propuseram que Paul Doumer, também assassinado durante o seu mandato como Presidente da República, fosse enterrado no Panteão, mas a sua viúva opôs-se.[5]

Referências

  1. a b c d e f «Sadi Carnot | president of France». Encyclopædia Britannica (em inglês) 
  2. Ory, Pascal (1989). l'Expo Universelle. Brussels: Editions Complexe.
  3. Lacassagne, Alexandre (1843-1924) Auteur du texte; Poncet, Antonin (1849-1913) Auteur du texte (1894). L'assassinat du président Carnot / par A. Lacassagne,... (em francês). [S.l.: s.n.] 
  4. Lavialle de Lameillère, L. Auteur du texte (1895). Le président Carnot et ses funérailles au Panthéon : souvenirs du 1er juillet 1894 / Lavialle de Lameillère (em francês). [S.l.: s.n.] 
  5. Lorin, Amaury (2013). «Le président assassiné». Une ascension en République : Paul Doumer (1857-1932), d'Aurillac à l'Élysée. Col: Bibliothèque parlementaire et constitutionnelle. Paris: Dalloz. 601 páginas. ISBN 978-2247126040 
  6. «CASERIO AT THE GUILLOTINE; PRESIDENT CARNOT'S ASSASSIN IS PUT TO DEATH. The Young Anarchist Murderer Pays the Penalty of His Crime at an Early Hoar This Morning -- All Appeals for Clemency Had Been Denied -- The Short Career of the Assassin -- Led Astray by Anarchist Literature -- Story of His Crime. (Published 1894)» (em inglês). 16 de agosto de 1894. Consultado em 8 de agosto de 2023 

Ligações externas

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Precedido por
Jules Grévy
Presidente da República Francesa
1887 — 1894
Sucedido por
Jean Casimir-Perier