Como filha de uma grã-duquesa russa, Maria (chamada de "Marusya") e os seus irmãos (Nicolau, Eugénio, Eugénia, Sérgio e Jorge) foram sempre tratados como grão-duques e grã-duquesas, com o tratamento de Altezas Imperiais.[2] Dois anos depois da morte do seu pai em 1852, a sua mãe casou-se morganáticamente com o conde Grigori Stroganov em 1854.[3] Como a união foi mantida em segredo do czar Nicolau I e o tio de Maria, o futuro czar Alexandre II, não podia permiti-la, preferindo fingir que não sabia da sua existência, a grã-duquesa Maria foi forçada a abandonar o país, exilando-se no extrangeiro. Contudo, Alexandre sentiu compaixão pela sua irmã e passou a cuidar dos filhos dela com uma atenção redobrada, já que eles foram deixados em São Petersburgo sem a mãe.[3]
Tentativa de assassinato em 1866
A 4 de abril de 1866, Maria e o irmão Nicolau estavam a acompanhar o seu tio Alexandre num passeio em São Petersburgo quando ocorreu uma tentativa de assassinato.[4] Alexandre tinha parado para vestir um sobretudo antes de entrar na carruagem quando um homem lhe apontou uma pistola e foi a reacção rápida de um homem chamado Komissaroff, que afastou a mão do atirador, que salvou a vida do imperador.[5]
Casamento e descendência
Maria teve vários pretendentes, incluindo Pyotr Andreyevich Shuvalov, um amigo do seu tio, que foi fortemente repreendido por tentar cortejá-la.[6]
Acabaria por casar-se com o príncipe Guilherme de Baden no dia 11 de fevereiro de 1863 em São Petersburgo, no Império Russo. Quando soube do casamento, o presidente dos Estados Unidos da América, Abraham Lincoln, enviou uma carta ao irmão mais velho de Guilherme, o grão-duque Frederico I de Baden, onde dizia: "Participo da satisfação que este feliz evento proporcionou e rogo que Vossa Alteza Real aceite as minhas mais sinceras felicitações pela ocasião juntamente com a garantia da minha mais elevada estima."[7]
Depois do seu casamento, Maria passou a maioria da sua vida na Alemanha, visitando a Rússia muito raramente.[8] Recém-casada, Maria começou imediatamente a levar a cabo os seus deveres que incluíram representar uma parente do marido, a grã-duquesa Luísa de Baden, no baptizado da filha do príncipe de Leiningen.[9]
Durante a Guerra Franco-Prussiana, o seu marido Guilherme prestou serviço militar sob o comando do kaiser Guilherme I. No dia 29 de julho de 1870, Maria e o marido foram hóspedes do príncipe-herdeiro Frederico e, segundo a autobiografia do príncipe, "distrairam-nos por algum tempo das ansiedades do presente".[10]
O príncipe Guilherme morreu a 27 de abril de 1897. Após a sua morte, Maria criou uma nova organização chamada a Associação Alemã Contra a Imoralidade. O seu objectivo era acabar com "os vícios nas classes altas".[11] Maria, com a ajuda da grã-duquesa Leonor de Hesse e a rainha Carlota de Württemberg, juntou fundos para produzir panfletos que tinham como objectivo persuadir figuras reais masculinas e femininas de que o seu papel na sociedade significava que deveriam ser um exemplo de moralidade. Também enviaram cartas à família e amigos a pedir-lhes para se "afastarem de toda a imoralidade" durante um ano.[11]
A princesa Maria foi viúva até à sua morte no dia 16 de fevereiro de 1914 em São Petersburgo.
Referências
↑"The Czar's New Brother-In-Law", The Washington Post, 6 April 1901
↑Radziwill, Catherine (1915). Memories of Forty Years. London: Funk & Wagnalls Company. p. 235.
↑ abRadzinsky, Edvard (2005). Alexander II, The Last Great Tsar. New York: Free Press. p. 177. ISBN 0743273329.
↑Florimond Loubat, Joseph (1878). Narrative of the mission to Russia, in 1866, of the Hon. Gustavus Vasa Fox. New York: D. Appleton & Company. pp. 10–11.