Manuel António de Sena Rosa Falcão (Lisboa, a 23 de Junho de 1954), é um ex-jornalista português. Fundou o jornal Blitz e O Independente, dirigiu o jornal Se7e e o canal :2 da RTP.
Carreira
Estudou Medicina[1], mas largou-a definitivamente, começando a trabalhar como jornalista, primeiro como repórter fotográfico e depois como redactor e editor. Duas fotografias suas integraram a exposição “Fotografia portuguesa 1970-1980”, comissariada por José Reis, apresentada em 1984[2].
Trabalhou no jornal Voz do Povo, no diário Portugal Hoje e foi um dos fundadores da agência Notícias de Portugal (NP), em 1982. Integrou a agência Lusa quando a NP e a ANOP se fundiram. Em 1987 ingressou no Expresso e em 1988 foi um dos fundadores de O Independente, como subdirector. Em 1984 havia fundado o jornal Blitz, do qual foi director até 1992[3], ano em que foi dirigir o semanário Se7e. Mais tarde trabalhou na Visão, de que fez parte do Conselho Editorial fundador. Integrou ainda a direcção da revista Face e colaborou nos jornais Off Side e Tal & Qual.
A ligação de Manuel Falcão ao jornalismo musical começou com o Som 80, um suplemento de sábado do diário Portugal Hoje. Na época foi um dos poucos jornalistas a defender o posicionamento dos Heróis do Mar contra as acusações de que seriam propagandistas de direita[4]. Depois do fim do Portugal Hoje juntou uma pequena equipa de jornalistas e criou o Blitz, um semanário dedicado à música contemporânea, considerado uma referência geracional - quer pelo papel que teve na relação com grupos rock e pop portugueses, quer pela atenção à música nova que despontava no pós-punk. O jornal marcou uma época também pelo grafismo, a cargo de Cândida Ruivo, e da edição fotográfica, tendo publicado alguns dos primeiros trabalhos de nomes como Inês Gonçalves, Álvaro Rosendo ou Daniel Blaufuks, entre outros, como Luís Vasconcelos. O seu lema era "Às terças-feiras a música em jornal"[5]. O primeiro número saíu a 6 de Novembro de 1984 com Siouxsie Sioux na capa. Muitos dos colaboradores do Blitz vieram mais tarde a colaborar também em O Independente.
Foi também Presidente do Instituto Português de Cinema[6],Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Cultura, Director do Centro de Espectáculos do CCB (durante o primeiro ano de funcionamento). Realizou programas de rádio na RFM, Rádio Clube Português, Antena 1 e Antena 2.
Na segunda metade dos anos 90 foi Administrador da Valentim de Carvalho[7], com responsabilidades na edição discográfica e produção de televisão.Foi fundador e Presidente da Associação de Produtores Independentes de Televisão, Administrador da EGEAC (empresa municipal de Lisboa na área da gestão de espaços culturais), Administrador do Pavilhão Atlântico e Director de Programas do 2º canal da RTP, 2: (2002-2005)[8]. Integrou o Conselho de Opinião da RTP e o grupo de trabalho para a definição de serviço público de televisão, em 2002.
Em Janeiro de 2006 assumiu o cargo de Director Geral da Nova Expressão - Agência de Planeamento de Media e Publicidade[9] e integrou o respectivo Conselho Executivo até Janeiro de 2021. Em Agosto de 2022 iniciou funções no Conselho de Administração da EGEAC como vogal não executivo[10].
Em 2013 criou a SF Media que publica a Amieira Livros, uma editora dedicada à fotografia[11].
Em 2019 fotografou, em co-autoria com Dalila Pinto de Almeida (texto), o livro Visita Privada - Artistas e Ateliês[12].
Em julho de 2020, Manuel Falcão recebeu o Prémio Carreira atribuído pela revista Marketeer[13].
Entre agosto de 2022 e dezembro de 2023 foi vogal não executivo da EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural [14] [15].
Referências
Ligações externas
Entrevista conduzida por Miguel Nabinho, Galeria Miguel Nabinho, 13 de Novembro de 2024
Entrevista ao Blitz/Posto Emissor, 31 de Outubro de 2024
Entrevista conduzida por Inês Meneses, programa Fala Com Ela, Antena 1, 13 de Março de 2024