Lúcio Cornélio Lêntulo Cruscélio

 Nota: Para outros significados, veja Lúcio Cornélio Lêntulo.
Lúcio Cornélio Lêntulo
Cônsul da República Romana
Consulado 38 a.C.

Lúcio Cornélio Lêntulo (em latim: Lucius Cornelius Lentulus), possivelmente o mesmo chamado Cruscélio (Cruscellio),[1] foi um político da família dos Lêntulos da gente Cornélia da República Romana nomeado cônsul sufecto em 38 a.C. com Lúcio Márcio Filipo. Membro da gente patrícia dos Cornélios, Lêntulo era filho de Lúcio Cornélio Lêntulo Crus,[2] cônsul em 49 a.C..

Carreira

Entre 20 de setembro até 23 de outubro de 54 a.C. foi o encarregado de processar, sob a Lex Cornelia de maiestate, Aulo Gabínio, cônsul em 58 a.C..[3]

Em 44 a.C., possivelmente foi eleito para o cargo de pretor e foi um dos que declararam que a distribuição de províncias determinada pelo Senado para o ano seguinte (numa reunião em 28 de novembro de 44 a.C.) não era obrigatória.[4]

Provavelmente por causa do apoio de seu pai a Pompeu durante a guerra civil, Lêntulo foi proscrito pelos triúnviros e, por isso, em 42 a.C., fugiu para a Sicília, sob o controle de Sexto Pompeu, filho de Pompeu. Sexto deu-lhe um comando naval na posição de legado, provavelmente com poderes propretoriais.[5] Provavelmente depois do Pacto de Miseno, em 39 a.C., Lêntulo se reconciliou com os triúnviros e passou a apoiar Marco Antônio e, por isso, foi nomeado cônsul sufecto em 38 a.C., no lugar de Ápio Cláudio Pulcro.[6] Neste ano, os cônsules receberam, pela primeira vez, dois questores cada um e foram nomeados sessenta e sete pretores, um após o outro, e todos assumiram a função, uma cifra inédita, pois, sob Júlio César, só eram eleitos quatorze pretores.[7]

Desde a época de César até o final de 33 a.C., 38 consulares haviam sido nomeados, dos quais os homens novos superaram com folga o número dos membros da antiga nobreza romana. Dentre eles estão apenas um Cláudio, um Emílio, nenhum Fábio e, no máximo, dois Cornélios, este Cruscélio e Públio Cornélio Dolabela.[8]

Casou-se com Sulpícia e pode ter sido o pai de Lúcio Cornélio Lêntulo, cônsul em 3 a.C..

Ver também

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Caio Coceio Balbo (suf.)

com Públio Alfeno Varo (suf.)

Ápio Cláudio Pulcro
38 a.C.

com Caio Norbano Flaco
com Lúcio Cornélio Lêntulo Cruscélio (suf.)
com Lúcio Márcio Filipo (suf.)

Sucedido por:
Lúcio Canínio Galo

com Marco Vipsânio Agripa

Referências

  1. Ferriès, Marie-Claire, Les partisans d'Antoine: des orphelins de César aux complices de Cléopâtre (2007), pg. 505.Ronald Syme rejeita esta associação em The Augustan Aristocracy (1986), pg. 286
  2. Syme, Ronald, The Augustan Aristocracy (1986), pg. 286
  3. Alexander, Michael C., Trials in the Late Roman Republic, 149 BC to 50 BC (1990), pg. 296
  4. Broughton, pg. 321
  5. Broughton, pg. 364
  6. Broughton, pg. 390
  7. Dião Cássio, História Romana XLVIII 43
  8. Syme, The Roman Revolution, p. 243

Bibliografia

  • Broughton, T. Robert S. (1952). The Magistrates of the Roman Republic. Volume II, 99 B.C. - 31 B.C. (em inglês). Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas 
  • Syme, Ronald, The Roman Revolution (1939)