Luciano Dias Cardoso de Vargas (Açores, Portugal, 1653 - 1743 Ceará) foi um médico, colonizador e proprietário rural do Brasil Colonial. É mais conhecido por ser o ancestral de várias famílias cearenses da região do Rio Jaguaribe.
Biografia
Luciano Dias Cardoso de Vargas nasceu nos Açores. Se mudou de Ipojuca em Pernambuco para a Vila de São João das Varges no Ceará, pois estava a procura de um centro populoso para exercer a medicina, área em que era licenciado.[1] A tradição oral informa que foi um bom parteiro,[2]. Luciano também foi sesmeiro, tendo recebido terras no ano de 1716 na região do Vale do Jaguaribe.[3][4]
Em 25 de junho de 1716, Luciano junto com o Alferes Simão de Brito Guerra e Francisco Gomes Landim solicitaram uma sesmaria no Riacho dos Porcos (conhecido pelos nativos como Amoré), afluente do Rio Figueiredo,[1] perto da várzea do Boqueirão da Cunha (atualmente conhecido como Zona Jaguaribana).[5] As terras requeridas foram descobertas pelos três suplicantes com o auxílio de índios. Os três queriam adquirir a propriedade judicialmente para criar o gado que já possuíam. A sesmaria foi concedida aos três suplicantes em 04 de agosto de 1716 pelo Capitão-Mór do Ceará (que na época era pertencia a Capitania de Pernambuco), Manuel da Fonseca Jaime. O escrivão Manuel Coelho de Lemos informou para o Capitão-Mór Manuel que as terras não pertenciam a ninguém.[6][7] Luciano foi um dos povoadores da região jaguaribana, e devido a sua prole teve muitos descendentes, e por esse motivo recebeu a alcunha de "Abraão do Jaguaribe".[8][9][10] A região em que a sesmaria de Luciano estava situada se tornou o município cearense de Russas, e por tal motivo é considerado um dos primeiros habitantes do local.[11][12]
Genealogia
Filhos
Do matrimônio com Rosa Maria Maciel de Carvalho (1673), procedem:
- Luciano Dias Cardoso de Vargas Filho.[1]
- Antônio Pires Cardoso, se casou com Maria de Barros França.[1]
- Caetana Maria Maciel, casada com o português Antônio Alves de Carvalho.[1][13] Ancestrais de Quitéria Ferreira de Barros, casada com o Major José Gurgel do Amaral Filho.[5][14]
- Ana Maria Maciel, casada em primeiras núpcias com o português Gaspar Pinto Lopes, e em segundas núpcias com o português Sargento-Mór André Nogueira Ribeiro.[1][13]
- Rosa Maria Maciel, casada com o português Manuel Pinheiro do Lago Landim.[1][13]
- Maria Maciel, casada como Semeão de Guerra Passos.[1][13]
- Joana Paes Maciel, casada com o português João Rodrigues de Aguiar.[1][13]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i GIRÃO, Raimundo (1972). O Abraão do Jaguaribe (parte I). Fortaleza: Revista do Instituto do Ceará. pp. Páginas 112–134
- ↑ LEAL, Vinícius Barros (1990). Colonização e Povoação do Ceará. Fortaleza: Revista do Instituto do Ceará. pp. Página 70
- ↑ FERREIRA, Josetalmo Virgínio (2013). Conflitos Jurisdicionais no Sertão do Ceará (1650 - 1750). Recife: Universidade Federal de Pernambuco. pp. Página 127
- ↑ «Plataforma SILB». www.silb.cchla.ufrn.br. Consultado em 8 de julho de 2019
- ↑ a b AMARAL, Miguel Santiago Gurgel do (1969). Porteiras e Currais. Fortaleza: Editora Henriqueta Galeno. pp. 74 páginas
- ↑ «Plataforma SILB - Sesmarias do Império Luso-Brasileiro». www.silb.cchla.ufrn.br. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ GADELHA e FILHO, Eugênio (1926). Volume 10 de Datas de Sesmarias. Fortaleza: Typografia Gadelha. pp. Páginas 65–66
- ↑ NOBRE, Geraldo da Silva Nobre (1988). «Geraldo da Silva Nobre - Vocação e Formação de um Historiador». www.raimundogirao.com.br (em inglês). Consultado em 10 de janeiro de 2018
- ↑ TÚLIO, Demitri (11 de agosto de 2014). «O relicário maia». especiais.opovo.com.br/sertaoaferroefogo. Jornal O Povo. Consultado em 10 de janeiro de 2018
- ↑ MAIA, Luciano. «O país do Jaguaribe, no Siarah». www.jornaldepoesia.jor.br. Jornal de Poesia. Consultado em 10 de janeiro de 2018
- ↑ «Russas - Ceará (CE) - Histórico». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 9 de janeiro de 2018
- ↑ SILVEIRA, Michelle dos Santos da (2007). Arranjo produtivo local: O estudo de caso da cerâmica vermelha de Russas. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. pp. Página 23
- ↑ a b c d e GIRÃO, Raimundo (1973). O Abraão do Jaguaribe (parte II). Fortaleza: Revista do Instituto do Ceará. pp. Páginas 115–136
- ↑ AMARAL, Aldysio Gurgel do (1986). Na Trilha do Passado - Genealogia da Família Gurgel. Fortaleza: Typografia Minerva. pp. 283 páginas