Deu em criança provas de grande inteligência, e teve como professor Pedro Nunes, com quem aprendeu Filosofia, Aritmética, Geometria e Astronomia, e que lhe dedicou várias obras, dirigindo-se a ele da seguinte forma:
“E duvidando muito comigo, se dirigiria isto a Vossa Alteza a matéria da obra me convidou a fazer: que pois V. A. tem tanto primor na Cosmografia, e na parte instrumental, e tem tão alto e tão claro entendimento e imaginação, que pode facilmente inventar muitas coisas que os antigos ignoraram, parece que de direito lhe pertencia: de outra parte punha-me grande receio de ser a Obra tão pequena e não haver nela coisa que a V. A. seja nova.” in Memórias históricas sobre alguns matemáticos portugueses, de António Ribeiro dos Santos[3]
Participação na Conquista de Túnis
O Infante Dom Luís enquanto Condestável de Portugal comandou o contingente português que o Imperador Carlos V usou aquando da Conquista de Túnis. Quando Carlos V solicitou apoio naval a Portugal, referiu especificamente o galeão Botafogo, que Dom Luís comandou. Foi o esporão do Botafogo que conseguiu quebrar as correntes em La Goleta, que defendiam a entrada do porto, permitindo, então, à armada cristã que atingisse e conquistasse a cidade de Tunes.
O galeão portuguez chamado S. João Baptista, em que o imperador de Alemanha, e rei de Hespanha Carlos V foi com seu cunhado o nosso infante Dom Luiz, chamado Delicias de Portugal, á conquista de Tunes contra o famoso corsario Heredim Barba-Rôxa, não só é celebrado por ser o maior navio, que nos mares da Europa opprimiram as ondas, pois jogava 366 peças de bronze, e sendo redondo continha 600 mosqueteiros, 400 soldados de espada e rodella, e 300 artilheiros; mas tambem é famoso pelo talhamar, ou serra grande de aço finissimo, que tinha na próa, para romper a cadea de Goleta; o que se não poude conseguir da primeira vez, mas sim da segunda, em que o infante Dom Luiz mandou ao piloto, que se fizesse ao mar com volta mais larga, e dadas as velas todas ao vento [prevenção que faltara na primeira] investiu a cadeia com impulso tão furioso, e vehemente, que a fez em pedaços, levantando uma grande serra de agua. Entrou o galeão pelo rio, como pelo corro o cavalleiro depois d’uma boa sorte, e começou a lançar tanta immensidade de raios sobre as fortificações dos infieis, que daqui lhe veio o nome, que o vulgo repete [ainda hoje em dia], chamando-lhe o galeão botafogo. Com elle, sem duvida, se facilitou, e conseguiu a conquista da Goleta, que se afigurava inexpugnavel, no dia 13 de Julho do anno de 1535. (Revista Panorama, 1841, Volume 5, pág. 384)[4]
Beatriz Mendes de Góis e Vasconcelos, ou na caligrafia da época "Brites Mendes", filha de Luís de Portugal com uma Dama da Corte, Joana de Goés Vasconcelos[5]. Beatriz foi dada como órfã, fazendo Bartolomeu Rodrigues assumir por obrigação a paternidade. Assim ela não fez parte da realeza portuguesa.
Hoje historiadores e genealogistas consideram Luís de Portugal o pai de Beatriz Mendes. Um dos mais importantes pesquisadores do período da ocupação neerlandesa em Pernambuco, Evaldo Cabral de Mello, considera que Beatriz é: filha natural de algum fidalgo da corte, talvez do próprio Dom Luís, solteirão impenitente, cujo camareiro se tenha prestado à ficção, então comum, de passar por pai da bastarda.[6]
↑Borges, José William Ribeiro; Sousa, Antonio Roniel Marques de; Lobato, Elen Priscila de Souza; Lima, Jefferson Alan da Silva; Fonseca, Wellington da Silva (2020). «Indústria 4.0: Aplicação experimental em motor de indução monofásico». Editora Poisson. Consultado em 14 de setembro de 2022