Conhecida em Portugal como Lourença Correia ou ainda Lourença Nunes Correia, na ortografia moderna, devido a um artigo em que a descreviam como uma soprano portuguesa, na revista Illustração Portuguesa de 1912, criou-se a falsa ideia no país de que a cantora de ópera seria de nacionalidade portuguesa.[4]
Biografia
Nascida em Málaga, em 1773, Lorenza Nuñez era filha dos actores espanhóis Petronila Morales e Roque Núñez, tomando como nome artístico Lorenza Correa, em homenagem ao seu padrinho, o actor José Correa. Oriunda de uma família de artistas, também as suas três irmãs Laureana, Petronila e Manuela María Isabel Correa enveredaram por carreiras no teatro e na música, notabilizando-se a última como uma das mais conhecidas actrizes e cantoras de ópera espanholas do início do século XIX, actuando frequentemente no Teatro de la Cruz, Teatro del Príncipe e Teatro de los Caños del Peral em Madrid.[5]
Seguindo o mesmo percurso que a sua família, Lorenza Correa começou a actuar com apenas doze anos de idade estreando-se como intérprete de tonadillas e de óperas italianas na sua cidade natal e em 1788, com 15 anos, em Barcelona.[6]
Em 1803, o casal viajou para Bréscia, Itália, onde Lorenza Correa se tornou discípula de Carlo Marinelli, e um ano depois para França, onde atuaram em vários palcos de Paris.[9][10] Em 1805, devido às críticas positivas da imprensa, a jovem artista em ascensão foi convidada a regressar a Itália, onde participou na ópera "Sofonisba" de Vincenzo Federici, realizada no Teatro Regio de Turim, fixando-se no país com o seu marido, que abandonou os palcos em 1807.[11]
Precedida pela sua fama, durante a primavera de 1810 foi convidada a atuar com uma participação especial no Teatro do Odéon de Paris, contudo, apesar das críticas da sua performance terem sido positivas, não conseguiu repetir o mesmo feito e sucesso que nos palcos italianos, regressando a Itália um ano depois.[12]
Em 1818 regressou a Espanha e a 25 de agosto de 1821 estreou-se na ópera "O Barbeiro de Sevilha" de Gioachino Rossini, no Teatro del Príncipe, em Madrid. Entre 1827 e 1830 realizou vários concertos em Génova, terminando a sua carreira em 1831, quando fixou residência novamente em Espanha e pediu uma pensão de aposentação ao monarca Fernando VII de Espanha. Especula-se que terá falecido nesse mesmo ano ou em 1832.
Homenagens
Na toponímia local, o seu nome foi atribuído a várias ruas e praças nos municípios de Málaga e Madrid.[16]
Lorenza Correa (data incerta), pintura a óleo atribuída aos discípulos de Francisco de Goya, pertencente à colecção privada da Noailles Collectión, de Fontainebleau.
↑Karl J. Kutsch y Leo Riemens: Großes Sängerlexikon. Cuarta edición ampliada y actualizada. Múnich, 2003. Volumen 2: Castori-Frampoli, S. 910a ISBN 3-598-11598-9
↑García Lorenzo, Lucian (2000). Autoras y actrices en la historia del teatro español. [S.l.]: EDITUM. 135 páginas. ISBN9788483711699. La bellísima y maravillosa voz de esta española virtuosa en el canto sorprende a los italianos. Había llegado precedida de un renombre veraz que ella justificó, por lo que recogió merecidos aplausos en los escenarios italianos