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A literatura filatélica compreende todas as obras impressas e eletrônicas, relativas a selos postais, história postal, assim como qualquer outra tipologia documental filatélica e seu coleccionismo.
Raymundo Galvão de Queiroz:
Em termos práticos, pode-se dizer que a literatura filatélica abrange manuais, monografias, artigos de pesquisa, bibliografias, catálogos de exposições, catálogos especializados, catálogos gerais, periódicos filatélicos, artigos gerais, livros etc. O suporte poderá ser impresso ou não (CDs, DVDs, vídeos, páginas web, etc). As obras devem ser relativas a qualquer das classes filatélicas aceitas pela comunidade internacional.
A literatura filatélica é uma classe filatélica reconhecida pela FIP (Federação Internacional de Filatelia), em cujo artigo 2 do SREV (Special Regulations for the Evaluation of Thematic Exhibits) se estabelece que: a Literatura Filatélica compreende todas as comunicações impressas ao dispor dos coleccionadores relativas a selos postais, história postal e seu coleccionismo.
Classificação
A literatura filatélica costuma subdividir-se em secções, a saber:
Manuais e estudos especializados
Catálogos gerais
Periódicos filatélicos
Artigos
Manuais e estudos especializados
Esta secção basicamente compreende:
Manuais
Monografias
Artigos de pesquisa especializada
Bibliografias e trabalhos especiais similares
Catálogos de exposições
Catálogos especializados que, para além das emissões de um ou mais países, refiram as variedades, obliterações ou outros aspectos especializados.
Transcrições de palestras filatélicas apresentadas em publico (incluindo textos de peças radiofónicas, televisivas, filmes e diapositivos).
Compreende os catálogos mundiais, regionais e locais que, pela sua natureza, não devam ser classificados como catálogos especializados.
Periódicos filatélicos
Incluem-se nesta secção as revistas e jornais filatélicos, órgãos de associações, órgãos de casas comerciais, anuários e publicações análogas.
Artigos
São considerados os artigos de natureza geral, inseridos em publicações filatélicas ou não filatélicas.
O aparecimento da literatura filatélica em Portugal
Génese da literatura filatélica
Com o início do coleccionismo filatélico no século XIX surgem as primeiras
publicações periódicas, sendo a mais antiga O Philatelista, de 1888.
Nessas publicações surgem os primeiros artigos de estudos sobre emissões, em 1892.
O primeiro livro filatélico português terá sido o Guia do Philatelista, dado à estampa em 1895, pelo portuense Alfredo de Faria.
Os catálogos de selos, que inventariassem emissões, variedades e erros, surgiram em fins do século XIX. O primeiro catálogo foi editado em 1894 por Faustino António Martins, seguindo-se-lhe em 1895 o catálogo de Taborda Ramos, que descreve os selos de Portugal emitidos até então, com as diferentes variedades de denteado, papéis, etc.
Com a realização de exposições filatélicas, passaram a ser editados os chamados catálogos de exposições. Os primeiros catálogos foram os da 1ª Exposição Filatélica Portuguesa (Lisboa-1935), da 2ª Exposição Filatélica Portuguesa (Lisboa-1940), da EXFIPO (Lisboa-1944) e da 1ª Bepex (Porto-1944).
Remontam a 1939 os primeiros catálogos de leilões: Leilões de Selos, organizado por Augusto Molder e direcção de Henrique Mantero, e Leilões de Selos para Colecções, com direcção de Luís de Sá Nogueira.
Problemática suscitada pela literatura filatélica
A literatura filatélica suscita uma problemática diversificada, que se pode agrupar em dois tipos principais:
A participação da literatura na competição. A literatura filatélica, ao participar em exposições competitivas, está submetida como classe filatélica à regulamentação da Federação Internacional de Filatelia (SREV, normas e directrizes) e como tal deve ser avaliada por um Júri, de acordo com determinados critérios e exigências.