Em 1981 recebeu a consagração de público e crítica, e três prêmios no Festival de Veneza, também indicado ao Leão de Ouro, com o filme "Eles não usam black-tie", adaptação da peça teatral de Gianfrancesco Guarnieri, que escreveu com Leon o roteiro e os diálogos do filme. Gianfrancesco Guarnieri também trabalhou como ator no filme fazendo o papel de Otávio, o pai, militante e corajoso, que entra em conflito com o filho Tião (Carlos Alberto Riccelli), dividido entre suas aspirações por uma vida pequeno-burguesa ao lado da noiva Maria (Bete Mendes) e as exigências do movimento grevista. Guarnieri compôs com Fernanda Montenegro (genial no papel de Romana, mulher de Otávio), um dos momentos de maior expressividade do cinema: a cena em que ambos, desolados por causa da ruptura com o filho e pela morte do amigo Bráulio (Milton Gonçalves) se põem a catar feijão.
Leon Hirszman teve um papel extremamente importante na afirmação do cinema brasileiro e deixou vários textos onde se pode ler agudas reflexões sobre as condições da produção cinematográfica no Brasil, o mercado nacional e sua respectiva legislação de proteção, a Embrafilme, as correntes de criação cinematográfica e o cinema político.
Leon morreu vítima de AIDS, depois de quase um ano de tratamento, deixando três filhos: Irma, Maria e João Pedro, e sua companheira, Cláudia Fares Menhem.
Que País É Este? (1976) • Imagens do Inconsciente (1988) póstumo • ABC da Greve (1990) • Bahia de Todos os Sambas (1996) • Posfácio: Imagens do Inconsciente (2014)
Documentários (curtas)
Pedreira de São Diogo (1962) • Maioria Absoluta (1964) • Nelson Cavaquinho (1969) • Sexta-Feira da Paixão, Sábado de Aleluia (1969) • Megalópolis (1973) • Ecologia (1973) • Cantos do Trabalho (1975) • Carnaval do Povo (1978) • Partido Alto (1982) • Cinema Brasileiro: Mercado Ocupado (1996)