Lagas foi dotado de muitos templos, incluindo o Eninu, a "Casa dos Cinquenta", um assento para o deus Enlil. Arquitetonicamente a estrutura mais notável era um açude e regulador, outrora sem dúvida possuindo comportas, que conservavam o abastecimento de água da área em reservatórios.[4]
Reinados
No início do terceiro milênio a.C., quando Quis tinha a supremacia, Lagas aceitou a suserania de Quis, porém a cidade prosperou, e se tornou poderosa e agressiva. Finalmente, Lagas se libertou da opressão e afirmou sua independência, e após uma sucessão de governantes enérgicos, se tornou a metrópole da antiga Babilônia.[3]
O primeiro rei de Lagas que se destacou foi Ur-Nanse, cujo nome faz referência a Nanse, deusa da água, e que deve seu sucesso às operações militares de seus antecessores. Ele construiu uma muralha defensiva em Lagas, e deixou registros de sua piedade, ao construir ou restaurar templos e fazer ofertas aos deuses, além de construir canais e desenvolver a agricultura. Possivelmente ele submeteu Eridu e Nipur, mas não Uruque. Ur-Nanse foi sucedido por seu filho Acurgal, que lutou contra a cidade de Uma.[3]
Acurgal foi sucedido por seu filho[Nota 1]Eanatum, que tinha características de um gênio militar com ambições. Acurgal construiu um pequeno, porém brilhante, império, capturando Uma e derrotando uma invasão do Elão. Várias cidades se submeteram à suserania de Lagas, como Uruque e Ur, e seu poder na Suméria foi estabelecido. Ele também derrotou Zuzu, rei semita de Ópis, cidade do norte.[3]
Eanatum foi sucedido por seu irmão, Enanatum I, que não tinha o mesmo gênio militar do irmão, e permitiu a revolta de Uma. Seu sucessor, Entemena, reconquistou Uma, trazendo uma derrota esmagadora aos rebeldes, e saqueou Ópis e Quis, assegurando a supremacia de Lagas por vários anos. Entemena engajou-se durante os períodos de paz nas melhorias das fortificações da cidade e na continuação do trabalho de melhoria e desenvolvimento do sistema de irrigação.[3]
Entemena reinou 29 anos e foi sucedido por seu filho Enanatum II, o último rei da linhagem de Ur-Nanse. Depois dele, seguiu-se um período de obscuridade.[3]
O próximo rei importante foi Urucaguina, que era um patesi, ou sacerdote-governante. Ele foi um reformista, e tratou os reis da dinastia de Ur-Nanse como opressores e tiranos. Havia necessidades de reforma, pois o povo estava insatisfeito com o excesso de taxação. O fanatismo de Urucaguina, porém, levou à desorganização do estado, e Uma, governada por seu patesiLugalzaguesi, se aproveitou para atacar e saquear Lagas. Lagas foi reconstruída, mas nunca mais recuperou a glória passada.[3]
A cidade voltou a ser importante após os gútios haverem invadido a Acádia e a Suméria. Aparentemente, Lagas escapou das invasões deste povo. Seu mais famoso patesi nesta época foi Gudea, que reinou por volta de 2 400 a.C.. Gudea construiu um templo ao seu deus, Ninguirsu, obtendo material de vários lugares: cedro do Líbano, mármore de Amurru, diorito da Arábia, cobre de Elão, etc. Após sua morte, a cidade foi dominada pelos reis de Ur.[3]
Notas e referências
Notas
↑Mackenzie não diz que Eanatum era filho de Acurgal, mas que Eanatum era neto de Ur-Nina.