As línguas polissintéticas, também conhecidas como língua incorporante[1] são línguas cujas palavras contêm um alto número de morfemas em seu léxico.[1] Uma língua sintética possui mais de um morfema por palavra, o que ocorre na maioria das línguas, mas uma língua polissintética possui tal grau de ligação morfológica que normalmente é usada para expressar que ocorre, de certa forma, a incorporação, como a união de verbos e substantivos na mesma palavra.[2] Pelo menos, o número, a pessoa e o tipo de substantivo tanto do sujeito como do complemento directo são de alguma forma marcados no verbo, o que permite que a ordem das palavras seja muito livre. Alguns exemplos de línguas polissintéticas são o groenlandês, algumas línguas da família tupi-guarani e diversas línguas do Cáucaso.
Classificação
A classificação de línguas quanto a fatores morfológicos vem sendo utilizada há anos na linguística. Dentre as possibilidades morfológicas das línguas sintéticas, os idiomas polissintéticos apresentam o maior número de morfemas por palavra dentro de um contínuo. No outro extremo estão as línguas isolantes.
Tome-se o exemplo da seguinte palavra em groenlandês:[2]
- Aliikusersuillammassuaanerartassagaluarpaalli.
- (trad. "Entretanto, eles dirão que ele é um ótimo comediante/ator, mas…")
Aquilo que no português seria expresso numa frase, é dito nesse idioma polissintético pela combinação de diversos morfemas que se juntam à palavra-base, no caso aliiku-, que significa "entretenimento".
- aliiku-sersu-i-llammas-sua-a-nerar-ta-ssa-galuar-paal-li
- entretenimento-prover-Verbo transitivo-um-bom-em-COP-dizer.que-REP-FUT-certamente-mas-3.PL.SUBJ/3SG.OBJ-mas
Os diferentes morfemas se unem geralmente à raiz do substantivo ou verbo e contêm significados que seriam expressos por meio de diferentes palavras numa Língua flexiva, como é o caso do português.[2]
Referências