K-1 é uma organização de esportes de combate estabelecida em 1993. Reconhecida pelos torneios ("Grandes Prêmios (GPs)") de Kickboxing (artes marciais baseadas em trocação) que vem organizando ao longo de mais de vinte anos. Em seu auge, em meados da década de 2000, detinha o maior e melhor evento de trocação (luta em pé) de todo o mundo. O K-1 ao longo dos anos tornou-se no mais respeitado torneio de luta de Kickboxing.
A letra "K" do K-1 representas as diferentes artes marciais baseadas no trocação que competiriam no evento: Karate, Kickboxing, Kung fu, Kenpō e [Tae] Kwon Do. E todas unidas formavam o termo kakutougi (格闘技, esporte de combate).[1] Enquanto o "1" representava a única categoria de peso (no início da competição).[2]
Basicamente é constituído por 2 torneios distintos: o K-1 World Max para lutadores de peso até 70 kg, e o K-1 World Grand Prix, sem limites de peso. Este último torneio, que é o principal evento do K-1, ocorria no Japão, no mês de dezembro, onde reunia os oito melhores lutadores classificados durante vários torneios que decorriam durante o ano por vários países. Um atleta, para sagrar-se campeão, deveria vencer três lutas na mesma noite. Antes desta final, estes 8 finalistas ainda participariam de uma 'semifinal': combates entre os 16 semifinalistas, dos quais metade serão eliminados. Por vezes o formato de qualificação mudava de ano para ano.
O K-1 possui um sistema de regras próprias, diferentes de outros estilos de Kickboxing. Como se tornou tão popular, o K-1 também é visto como um estilo próprio de kickboxing.[3]
História
O K-1 foi fundado por Kazuyoshi Ishii, que realizou o primeiro evento a 30 de Abril de 1993.
Este ex-praticante de KarateKyokushin criou uma arte marcial própria com o intuito de promover verdadeiros combates entre atletas a que chamou Karate Seidokaikan. Antes de criar o K-1, organizava eventos em que seus atletas defrontavam adversários provenientes de outas artes marciais. Originalmente usava regras e técnicas do karaté, mas gradualmente foi mudando para as técnicas e regras do kickboxing.
O K-1, a partir de 2003, passou a pertencer à promotora Fighting and Entertainment Group (FEG). A FEG realizava eventos junto com o PRIDE Fighting Championships, na época maior evento de MMA no mundo. Em 2002 coproduziu com o PRIDE o evento Pride/Shockwave, que teve um público pagante de 91.107, sendo considerado o maior público ao vivo em um evento de MMA ou Kickboxing na história.[4]
Em 2010 começaram a surgir problemas financeiros que originaram a não realização em 2011 do K-1 World Grand Prix. Lutadores não estavam sendo pagos e a empresa falhava em captar investimento.[5] A K-1 foi comprada pela EMCOM Entertainment Inc. em 2012 e foi restruturada. Com a perda de lutadores, a incapacidade financeira de pagar grandes premiações e realizar grandes eventos, a K-1 perdeu prestígio e atualmente a maior companhia de kickboxing é a GLORY.
Regras básicas
Cada combate é constituído por 3 assaltos com a duração de 3 minutos cada . Antigamente a duração era de 5 minutos mas a organização mudou por achar que os atletas ficavam muito cansados e havia uma perda de espetacularidade nos combates.
O combate pode terminar por decisão do árbitro ou da comissão médica .
A luta é decidida com nocaute (KO), nocaute técnico (TKO), decisão do júri (3 juízes que vão tomar a decisão através de um sistema de pontos), desqualificação, empate ou no contest (sem vencedores). No caso de empate, ainda pode haver de 1 a 2 assaltos extra.
Para além das regras normais neste tipo de torneios (não dar cabeçadas, morder o adversário etc.) não se pode usar as cotoveladas, prática normal no Muay Thai e no MMA. Não se pode usar igualmente técnicas de projeção, atacar o adversário quando ele está no chão ou a tentar levantar-se, segurar as cordas ou socar a nuca. Também não se pode atacar um oponente quando este se vira e mostra suas costas.
Lutando de uma forma passiva (sem atacar) é também sancionado negativamente.
Curiosidades
A partir de uma determinada altura a desistência de um lutador através do lançamento da toalha para o ringue (pelo treinador) dava o direito à organização de não pagar o valor estipulado no contrato.
A organização do K-1 também organizou torneios de MMA (artes marciais mistas) nomeadamente o HERO’S e o posterior e sucessor DREAM . Este último torneio é considerado como o renascimento do PRIDE pela fidelidade e semelhança com a extinta organização (tida como a melhor de todos os tempos) , além de ter na apresentação das lutas a locutora de outrora Lenne Hardt. Inclusive foi promovido em parceria com ex-executivos da extinta organização do PRIDE.
Em tempos o K-1 já tinha trabalhado em parceria com o PRIDE na criação de um evento de Kickboxing e MMA : o K-1 Premium Dynamite. Convêm referir que atualmente é habitual haver transição de lutadores do Kickboxing para o MMA e vice-versa, sendo um bom exemplo disso os casos de sucesso de Mirko "Cro Cop" e Alistair Overeem . Este último cometeu a proeza de ser o único lutador do mundo a ter ganhos títulos mundiais em ambas as lutas . Outro exemplo é Ray Sefo , um antigo lutador de Kickboxing que participou em vários torneios do K-1 e que presentemente treina lutadores de MMA nos EUA.
Ironicamente nunca houve um Japonês que ganhasse o K-1 World Grand Prix apesar de as arbitragens serem bastante tendenciosas . Nunca houve um asiático que o ganhasse, ao contrário do K-1 World Max, e a maioria dos vencedores são Holandeses ou treinam na Holanda .
Como este torneio não tem limite de peso (ao contrário do famoso UFC) tem aparecido lutadores gigantes como Hong-man Choi , Akebono , Bob Sapp , entre outros, que apesar de não serem kickboxers tentam valer-se da sua grande corpulência física para ultrapassarem os seus adversários .