Quando Judite tinha cinco anos, tornou-se objecto dos planos políticos do seu pai. Este assinou o tratado de paz de Viena com Otacar II da Boêmia, e eles decidiram que Venceslau II, filho e herdeiro de Otacar, deveria casar-se com Judite. As irmãs desta também se casaram com reis poderosos e duques: a sua irmã Clemência casou-se com Carlos Martel de Anjou, filho de Carlos II de Nápoles, e a sua irmã Matilde casou-se com Luís II da Baviera.
O casamento formal foi feito em 1279 em Jihlava, mas o matrimónio teve lugar apenas no início de 1285, em Cheb. Foi dado à noiva um dote "do Ducado da Áustria, da fronteira até à fronteira da Morávia do Danúbio". O matrimónio foi seguido por "noite de núpcias festiva", mas logo depois, Rodolfo levou Judite consigo, de novo, para a Alemanha, devido ao facto de que ela ainda era uma criança de tenra idade.
Mais tarde, deixou a sua família na Alemanha e veio a Praga para ficar com o esposo. Como o seu pai, Judite odiava Zavish, Senhor do Falkenstejn, o padrasto de seu marido. Ele já actuara como regente com a rainha viúva, Cunegundes da Eslavônia, com quem se casou secretamente. Judite fez com que Zavish fosse julgado, e acabou por ser executado em 1290, cinco anos após a morte da rainha Cunegundes.
Judite cansou-se de conciliar o esposo e Alberto I da Germânia, o seu irmão, provavelmente sem sucesso. Ela também trouxe influências alemãs para o Tribunal de Praga, como a introdução de cavaleiros na corte. Ela fez de Praga um centro cultural.[1]
Venceslau e Judite foram coroados rei e rainha da Boémia em 1297. Judite estava um pouco debilitada nessa altura, pois tinha dado à luz a décima criança, uma filha chamada Judite, há pouco tempo. A rainha acabou por morrer semanas depois.
Segundo as crónicas da família, Judite foi descrita como bela, nobre e virtuosa.[2] Judite ajudara a resolver os problemas entre o seu esposo e o seu irmão, Alberto I da Germânia. Judite também apoiou o pedido do marido na Polónia.[3]
Judite faleceu a 21 de Maio de 1297, em Praga, com apenas 26 anos de idade. Ela esteve dois anos sem dar à luz, mas, após esse período, estava constantemente grávida e dava ao esposo, em média, um filho por ano, ao longo dos últimos dez anos de casamento. Desgastada pelo parto, Judite faleceu semanas depois de dar à luz o seu filho mais novo e homónimo, Judite.
O esposo, Venceslau II da Boémia, após a morte de Judite, casou-se de novo. Desta vez com Isabel Riquilda da Polónia, que lhe deu uma filha, Inês.
Das dez crianças, apenas quatro chegaram à idade adulta: Venceslau, Ana, Isabel e Margarida. Mas mesmo assim, faleceram muito jovens: Venceslau faleceu aos 16 anos; Ana aos 22, Isabel aos 38 e Margarida aos 26.
Legado da família
Venceslau e em seguida, Ana (esposa de Henrique da Boémia) e Isabel (esposa de João da Boémia) sucederam ao seu pai como governantes da Boémia. Isabel foi mãe de Carlos I da Boémia, o filho deste foi Sigismundo I da Boémia.