Judaísmo Muscular

Max Nordau, que cunhou o termo "Judaísmo Muscular"

Judaísmo Muscular (em alemão: Muskeljudentum) é um termo cunhado por Max Nordau em seu discurso no Segundo Congresso Sionista realizado em Basileia em 28 de agosto de 1898. Nesse discurso, ele falou sobre a necessidade de projetar um "novo judeu" e rejeitar o "velho judeu", com força mental e física para atingir os objetivos do sionismo. Nordau via o Judaísmo Muscular como uma resposta ao Judennot (a "angústia judaica" pelo enfrentamento do antissemitismo desenfreado).[1]

História

Equipe de ginástica feminina da Associação Esportiva Judaica de Basileia. Foto da coleção do Museu Judaico da Suíça.
Ginástica em Beit HaKerem, Jerusalém, 1925

O termo se refere ao cultivo de propriedades mentais e físicas, como força, agilidade e disciplina, que serão necessárias para o renascimento nacional do povo judeu. Os judeus musculares são exatamente o oposto do judeu da diáspora, especialmente da Europa Oriental, como mostrado na literatura antissemita e na literatura da Haskalá. Nordau viu a promoção de judeus atléticos como um contraponto às representações vigentes dos judeus como um povo fraco. [2]

Além disso, o judeu "musculoso" é o oposto do judeu haláchico e haskalá — o homem de letras, intelectual — que supostamente passou a vida toda ocupado se envolvendo com assuntos esotéricos, e por isso seu corpo e sua vontade enfraqueceram.

Embora o judaísmo muscular tenha sido uma ideia praticada principalmente por judeus do sexo masculino, mulheres judias também participaram, especialmente em atividades como a ginástica.[3]

Na época do discurso de Nordau, a ideia do Cristianismo Muscular já estava difundida em vários países cristãos.

Atletas judeus na Europa

Os líderes judeus europeus seguiram a filosofia de Nordau. Entre 1896 e 1936, os atletas judeus ganharam um número de medalhas para a Áustria nas Olimpíadas maior do que o esperado pela sua proporção na população total austríaca.[4]

A ideia de Judaísmo Muscular de Nordau também inspirou os fundadores do Hakoah Vienna, um clube esportivo vienense especialmente conhecido por seu time de futebol. O jornalista americano Franklin Foer escreveu que o Hakoah (hebraico para "a força") foi "uma das melhores equipes do planeta" em seu auge, em meados da década de 1920.[5] Os jogadores do Hakoah decoravam seus uniformes com símbolos judaicos, como a Estrela de Davi, e adotavam apelidos de líderes militares judeus históricos, como Bar Kochba.[1]

Ver também

Referências

  1. a b Foer, Franklin (2004). How Soccer Explains the World: An Unlikely Theory of Globalization. New York: HarperCollins. ISBN 0066212340. OCLC 55756745  Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "Foer68" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  2. Zimmermann, Moshe (2006). «Muscle Jews versus Nervous Jews». In: Brenner; Reuveni. Emancipation through Muscles: Jews and sports in Europe. Lincoln, NE: University of Nebraska Press. ISBN 0803213557. OCLC 0803213557 
  3. Wildmann, Daniel (2006). «Jewish Gymnasts in Imperial Germany». In: Brenner; Reuveni. Emancipation through muscules: Jews and sports in Europe. Lincoln, NE: University of Nebraska Press. ISBN 0803213557. OCLC 0803213557 
  4. Foer, Franklin (2004). How Soccer Explains the World: An Unlikely Theory of Globalization. New York: HarperCollins. ISBN 0066212340. OCLC 55756745 
  5. Foer, Franklin (2004). How Soccer Explains the World: An Unlikely Theory of Globalization. New York: HarperCollins. ISBN 0066212340. OCLC 55756745