João de Sousa (1647[1] - 29 de setembro de 1710) foi um arcebispo português, bispo do Porto, arcebispo de Braga e último arcebispo de Lisboa.
Biografia
Dom João era filho de D. Tomé de Sousa, 8.º Senhor de Gouveia, e de sua mulher D. Francisca de Meneses, e sobrinho de D. Diogo de Sousa, arcebispo de Évora.[1] Doutorou-se em Direito Canónico pela Faculdade de Cânones da Universidade de Coimbra. Foi deputado no Tribunal do Santo Ofício e sumilher da cortina do Príncipe Pedro.[1] Assim, foi eleito Bispo de Miranda, do qual declinou.
Formou-se e, entrando depois no serviço do Santo Ofício, foi deputado em Évora, sendo já arcediago de Santa Cristina, no arcebispado de Braga, tendo também o cargo de sumílher da cortina de D. Pedro II.[2]
Em 1682, serviu na Armada e foi a Turim conduzir o Duque de Saboia como seu sumilher.
No seu retorno, no tempo em que D. Diogo de Sousa, seu tio, era arcebispo de Évora; exerceu o cargo de presidente da Relação Eclesiástica dessa cidade. Foi, depois deputado da inquisição de Lisboa, tendo recusado o priorado mor de Palmela e o bispado de Miranda.[2] No entanto, aceitou então o lugar de bispo do Porto e teve seu nome confirmado pelo Papa Inocêncio XI em 1684,[1] sendo consagrado em 16 de abril pelo cardeal Dom Veríssimo de Lencastre, auxiliado por Dom Manuel Pereira, bispo-emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro e por Dom António de Santa Maria, bispo-titular de Diocaesarea in Isauria.[3] Permaneceu na diocese até 1696, quando foi elevado a arcebispo de Braga.
Deu a sua entrada solene na cidade bracarense a 29 de Junho de 1697.[4] Ficou naquela sé até 1703quando foi transferido para a Sé lisboeta. Pela sua obra e extrema humildade, recebeu elogios por Breve apostólico do Papa Inocêncio XII.[1]
D. Pedro II e D. João V envidaram esforços para que o arcebispo se tornasse um purpurado, mas quando iria ser nomeado pelo Papa Clemente XI, faleceu em 29 de setembro de 1710.[1] Está enterrado no cemitério dos pobres na antiga catedral, sem epitáfio e em humilde sepultura, como tinha determinado.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h Castro, 90
- ↑ a b Histórico Portugal, Volume VI, pág. 1045, Edição em papel de 1904-1915, João Romano Torres - Editor, Edição electrónica de 2000-2010, por Manuel Amaral[ligação inativa]
- ↑ «Catholic Hierarchy» (em inglês)
- ↑ Bracara Augusta, Volumes 23-24, Câmara Municipal, 1969, pág: 229
Bibliografia
Ligações externas