Filho legítimo e primogénito de D. Rui Gonçalves de Castelo-Branco, fidalgo do Conselho do rei D. Afonso V, Vedor da Fazenda do Algarve e Contador da comarca da Guarda (que então abrangia quase toda a Beira-Baixa) [2] , e de sua mulher, D. Guiomar Vaz de Castelo Branco, senhora da Torre e Devesa de Paredes, em Cabeço de Vide.
Biografia
Nasceu presumivelmente em Lisboa ou em Castelo Branco em meados do século XV e parece ter falecido nesta última cidade depois de 1515.
Jaz sepultado na capela-mor da igreja de Santa Maria do Castelo (Castelo Branco), em jazigo armoriado da família de sua mulher, D. Catarina Vaz de Sequeira, descendente do mestre da Ordem de Aviz e regente do Reino, D. Fernão Rodrigues de Sequeira.[2]
Casamento e descendência
Do seu casamento com D. Catarina Vaz de Siqueira, nasceram dois filhos e quatro filhas, de quem ficou numerosa e ilustre descendência, encontrando-se a sua representação genealógica na casa dos Viscondes de Alter do Chão (família Caldeira de Castel-Branco).
O seu poema mais conhecido é Cantiga sua partindo-se, poema de amor possivelmente dedicado a uma dama da corte.[3]
“
Senhora, partem tão tristes meus olhos por vós, meu bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos, tão doentes da partida, tão cansados, tão chorosos, da morte mais desejosos cem mil vezes que da vida. Partem tão tristes os tristes, tão fora d' esperar bem, que nunca tão tristes vistes outros nenhuns por ninguém.
Em outro poema do Cancioneiro, escrito em resposta a uma carta de seu primo António Pacheco, que era cortesão em Lisboa, Roiz de Castel-Branco dá uma resposta moralizante em que revela sua aversão à vida cortesã e sua preocupação com o destino dos que vão combater além mar ("Armadas idas d’além | já sabeis como se fazem, | quantos cativos lá jazem, | quantos lá vão que não vem"). O poeta afirma que prefere a vida rústica na Beira apesar de todas as dificuldades, e que "por não ser cortesão | fugirei d'aqui té Roma"[3]
↑ abIANTT, Chancelaria de D. Manuel I, liv. 24, fol. 102
↑ abcJosé Lopes Dias. Antepassados e descendentes de João Roiz de Castel-Branco, poeta do "Cancioneiro Geral" de Garcia de Resende. Arquivo de Bibliografia Portuguesa. Janeiro-Junho. Coimbra. 1960 [1]
↑ abcdeAndrée Crabbé Rocha. Garcia de Resende e o Cancioneiro Geral. ICALP Biblioteca Breve. Vol. 31. 1979 [2]Arquivado em 3 de março de 2016, no Wayback Machine. (buscar por "Cancioneiro Geral")