Jorge de Oliveira Veiga (Rio de Janeiro, 14 de abril de 1910 - Rio de Janeiro, 29 de junho de 1979), foi um cantor e compositor brasileiro,[1] especializado em sambas.
Biografia
Nasceu no bairro suburbano do Engenho de Dentro, onde teve uma infância de pobreza. Trabalhou desde a infância como engraxate, vendedor de frutas e de doces. Quando adulto, passou a trabalhar como pintor de paredes. Costumava cantar durante o serviço e um dia o proprietário de uma casa comercial em que Jorge trabalhava gostou do que ouviu. Graças à indicação deste homem, Jorge conseguiu se apresentar como calouro em um programa da Rádio Educadora do Brasil (PRB-7).[1]
A partir de 1934 iniciou sua carreira artística apresentando-se em circos e pavilhões populares do Rio de Janeiro. Naquele mesmo ano, começou a se apresentar imitando Sílvio Caldas no programa "Metrópolis", da Rádio Educadora. Em 1939 realizou sua primeira gravação, "Adeus João", cantando ao lado do acordeonista Antenógenes Silva, que era o titular do disco.[2]
Especializou-se em sambas malandros e anedóticos, além dos sambas de breque. Em 1942, quando atuava na Rádio Guanabara, conheceu Paulo Gracindo, na época apresentador de programas de rádio, que mudaria seu estilo de interpretação segundo o próprio cantor: "(Paulo Gracindo) me ensinou a cantar sempre sorrindo, para dar mais leveza à interpretação e divertir mais os ouvintes", diria Jorge Veiga anos mais tarde. Pelos anos seguintes realizaria dezenas de gravações, com muito sucesso popular.[2]
Graças ao rádio, Jorge Veiga conquistou ainda mais popularidade. Na Rádio Nacional abria suas apresentações sempre com a mesma frase: “Alô, alô, aviadores que cruzam os céus do Brasil. Aqui fala Jorge Veiga pela Rádio Nacional. Queiram dar os seus prefixos para a guia de nossas aeronaves”.[2]
Em 1959, Jorge Veiga alcançou seu maior sucesso com a regravação do samba "Acertei no milhar", de Wilson Batista e Geraldo Pereira, que virou um marco na sua carreira. Em 1979, ano de sua morte, a CBS lançou o LP "O eterno Jorge Veiga", com um apanhado de seus sucessos, incluindo composições suas como "Boi com abóbora", "Festival de bolachadas" e "Casa que tem cachorro".[2]
Jorge Veiga morreu em 1979, de septicemia em decorrência de um câncer, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi sepultado no Cemitério de Inhaúma.[carece de fontes]
Composições
Composições de Jorge Veiga:[3]
- "Abaixo de Deus" (com Sebastião Mota)
- "Amor não tem idade" (com Nogueira e M. Alves)
- "Aviadores do Brasil" (com José Francisco)
- "Boemia" (com Zé Violão)
- "Boi com abóbora" (com Marinho da Muda)
- “Samba do Flamengo”
- "Café Society"
- “Brigitte Bardot”, (com Miguel Gustavo)
- "Casa que tem cachorro" (com Blecaute e Newton Teixeira)
- "Doutor Sabe-tudo" (com Zé Violão)
- "Em boi morto até eu bato" (com Zé Violão)
- "Festival de bolachadas" (com Gordurinha)
- "Fora da jogada" (com "Haroldo Lobo")
- "Garota de Copacabana"
- "Obrigado doutor" (com Gabilan)
- "Reencarnação" (com Nadinho)
- "Samba de Itaguaí" (com Raul Marques)
- "Sambista no céu" (com Zé Violão)
- "Você vai" (com Badu)
- "Bigorrilho"
Referências
- ↑ a b «Jorge Veiga: biografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 22 de novembro de 2023
- ↑ a b c d «Dados artísticos». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 6 de setembro de 2020
- ↑ «Discografia». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 6 de setembro de 2020