Em 23 de fevereiro de 1935, na cidade de Afonso Cláudio, no interior do estado do Espírito Santo, José Ribeiro Tristão abriu um bazar de "secos e molhados", a Casa Misael, em homenagem ao pai, Misael Tristão. O comércio vendia de alimentos a implementos agrícolas, de tecidos a artigos de armarinho. Na época o Brasil enfrentava as dificuldades decorrentes da Grande Recessão de 1929 e José percebeu que o café era uma grande oportunidade de investimento. Decidiu utilizá-lo como moeda de troca em seu estabelecimento, apostando que este seria um meio para expandir suas atividades comerciais. Na década de 50, o café tornou-se o principal negócio da Casa Misael. Em 1960, já sob o comando de Jônice, filho de José e sua esposa Eunice, a empresa José Ribeiro Tristão e Filhos deu início à exportação de café e ampliou suas operações. Na década de 70, transformou-se em duas empresas: Tristão Cia de Comércio Exterior e Triscafé Armazéns Gerais.
Em 1971, nasceu a RealcaféSolúvel do Brasil, no município de Viana, ES. Sua criação foi decisiva para o fortalecimento do mercado capixaba de café conilon (também denominado "robusta"), por ser este a matéria-prima tanto do café solúvel quanto do torrado e moído. A fábrica utiliza hoje uma vasta gama de cafés brasileiros, desde o conilon até os sofisticados grãos do arábica. Com capacidade para produzir em torno de 10 mil toneladas de café por ano, produz em média 30 toneladas de café solúvel e mais de 5 toneladas de erva-mate solúvel por dia.
Em 1988, as empresas passaram para a terceira geração da família, recebendo como sócios os filhos de Jônice Tristão. Hoje o Grupo Tristão situa-se entre as empresas mais sólidas da economia capixaba e é um dos maiores da indústria de café no mundo.
Jônice Tristão faleceu de causas naturais em sua casa, aos 90 anos.[1]