Como especialista em geologia brasileira, foi um colaborador assíduo da comunidade científica do Brasil.[1][2]
Enquanto esteve em Stanford, dirigiu a expedição Louis Agassiz-Branner ao Brasil em 1899[3] e uma segunda expedição semelhante em 1907-1908.[1] Publicou uma gramática da língua portuguesa, baseada em seu trabalho no Brasil, que teve várias edições.[4]
Formado a partir de uma metodologia científica rigorosa, inclusive recebendo treinamento de Loius Agassiz (1807-1873) quando estudante em Cornell, ele era comprometido com a pesquisa de campo descritiva e com afirmações sustentadas a partir de ampla base empírica. Aos poucos incorporou os elementos explicativos da seleção natural, dentre outras indicações metodológicas sugeridas por Darwin sobre a explicação evolutiva geral da geologia nos trópicos, principalmente ao questionar a glaciação como definidora da formação granítica do Brasil e aceitando os agentes físico-químicos como os responsáveis pela erosão destas rochas. Seu interesse na formação geológica do litoral brasileiro, principalmente na formação dos recifes, também decorre da leitura de Darwin.[5]
Em 1911, Branner liderou uma expedição ao Brasil chamada de Stanford Expedition to Brazilpara tratar especificamente de uma problemática evolutiva, que procurava evidências do lugar que ocuparia o isolamento geográfico no processo de seleção natural. Visitaram Belém, Fortaleza, Natal, onde fizeram coletas no litoral, em vilas de pescadores nas proximidades destas cidades. Uma parte do grupo também visitou Manaus e subiram o rio Madeira até a Bolívia, realizando trabalho de campo na área onde era construída a Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Outra parte do grupo se deslocou para a Chapada Diamantina na Bahia, encerrando a viagem no Rio de Janeiro. Os principais resultados da expedição foram as publicações zoológicas em várias revistas científicas identificando novas espécies, subespécies e gêneros de moluscos, peixes, crustáceos, insetos, abelhas, répteis e anfíbios. Esta expedição de 1911 ao Brasil lidava com inúmeras questões teóricas e metodológicas da biologia, período este chamado por de “interface do darwinismo”[2]
Uma variedade extinta de caranguejo marinho Cancer branneri, recebeu seu nome em 1926.[8]
Referências
↑ abVultos da Geografia do Brasil - Coletânea das ilustrações publicadas na Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1942. p. 29-30. 47 páginas
↑OLIVEIRA, Almir Leal de (2014). O litoral do Nordeste como objeto científico darwinista: as prospecções de John Casper Branner (1899-1911). 21. Rio de Janeiro: Revista História, Ciência e Saúde (HCS) – Manguinhos. p. 931-949
↑Fairchild, Herman LeRoy, 1932, The Geololgical Society of America 1888-1930, a Chapter in Earth Science History: New York, The Geological Society of America, 232 p.
↑Eckel, Edwin, 1982, GSA Memoir 155, The Geological Society of America — Life History of a Learned Society: Boulder, Colorado, Geological Society of America Memoir 155, 168 p., ISBN0-8137-1155-X.