João Lopes Filho (Ribeira Brava, c. 1943) é um professor universitário, antropólogo, historiador, romancista e investigador cabo-verdiano.
É o principal investigador de antropologia e etnologia do país, sendo também um dos seus mais premiados investigadores, sendo autor de quase trinta livros.
Além de docente da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), preside a Fundação João Lopes para Artes e Literatura e a Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde.
Biografia
Filho de João Lopes, um jornalista e proeminente escritor do movimento claridoso da ilha de São Vicente,[1] João Lopes Filho nasceu no concelho da Ribeira Brava, em Fajã de Cima,[2] nas cercanias do ano de 1950.
Foi mandado ainda na adolescência para Santarém para estudar engenharia agrícola na Escola Agrícola de Santarém (atual Instituto Politécnico de Santarém). Diplomou-se ainda em administração, pela Universidade Nova de Lisboa, e obteve as licenciaturas em ciências antropológicas e etnológicas e em ciências sociais e políticas, pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa (UTL; atual Universidade de Lisboa).[3] Obteve seu grau de doutor em antropologia,[4] com especialidade em etnologia e agregação em estudos africanos, também pela UTL.[3]
Tornou-se docente do ensino superior nas licenciaturas em Cabo Verde ainda na década de 1980, na Escola de Formação de Professores e Educadores do Ensino Secundário (EFPES) e depois no Instituto Superior de Educação (ISE), participando inclusive da comissão de instalação da Uni-CV; passou a ser diretor da Comissão Coordenadora e docente do mestrado em património, turismo e desenvolvimento, da Universidade de Cabo Verde.[3]
Aceitou posteriormente o convite para ser docente da licenciatura e de vários programas de pós-graduação na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade de Évora.[5]
Em 2004 foi galardoado com a Medalha de 1.ª Classe da Ordem do Vulcão,[3] concedida pelo presidente da República de Cabo Verde, a maior honraria civil do país.[6]
Em 2011, após ganhar o Prémio Sonangol de Literatura, pelo romance Percursos & Destinos, funda a Fundação João Lopes para Artes e Literatura com o valor de cinquenta mil dólares que arrecadou, dando à fundação o nome do seu pai.[7][8]
Em janeiro de 2014 foi nomeado pelo Ministério da Educação de Cabo Verde para presidir o processo eleitoral nas primeiras eleições diretas para reitor da Uni-CV.[9]
Em 2015, juntamente com o ex-reitor da Universidade Jean Piaget de Cabo Verde Jorge Sousa Brito, fundou a Academia das Ciências e Humanidades de Cabo Verde.[10]
Referências