Jennifer Doudna

Jennifer Doudna

Jennifer Doudna no dia de sua admissão na Royal Society em 2016
Conhecido(a) por
  • RNA de interferência e CRISPR
  • Primeira estrutura de RNA catalítico baseada em raios X
Nascimento 19 de fevereiro de 1964 (60 anos)
Washington, D.C., Estados Unidos
Residência Estados Unidos
Nacionalidade norte-americana
Cônjuge Jamie Cate
Alma mater
Prêmios
Orientador(es)(as) Jack Szostak
Instituições
Campo(s) Biologia molecular e genética
Tese Towards the design of an RNA replicase (1989)

Jennifer A. Doudna Cate ForMemRS (Washington, D.C., 19 de fevereiro de 1964) é uma bioquímica, bióloga molecular, pesquisadora e professora universitária norte-americana.

Realizou um trabalho pioneiro na edição de genes CRISPR além outras contribuições fundamentais em bioquímica e genética. Doudna foi uma das primeiras mulheres a dividir um Nobel nas ciências. Ela recebeu o Prêmio Nobel de Química de 2020, com Emmanuelle Charpentier, “pelo desenvolvimento de um método de edição de genoma”. É professora catedrática do Chanceler Li Ka Shing no departamento de química e no departamento de biologia molecular e celular da Universidade da Califórnia em Berkeley e pesquisadora do Instituto Médico Howard Hughes desde 1997.[1]

Doudna se formou no Pomona College em 1985 e obteve o doutorado pela Escola de Medicina Harvard em 1989. Além de sua cátedra em Berkeley, ela também é presidente e presidente do conselho do Innovative Genomics Institute, cientista docente do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, pesquisadora sênior do Gladstone Institutes e professora adjunta de farmacologia celular e molecular da Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF). Em 2012, Doudna e Emmanuelle Charpentier foram as primeiras a propor que CRISPR-Cas9 (enzimas de bactérias que controlam a imunidade microbiana) poderiam ser usadas para edição programável de genomas, que foi considerada uma das descobertas mais significativas da história da biologia. Desde então, Doudna tem sido uma figura importante no que é conhecido como a "revolução CRISPR" pelo seu trabalho fundamental e liderança no desenvolvimento da edição do genoma mediada pelo CRISPR.[2][3]

Seus muitos outros prêmios e bolsas incluem o Prêmio Alan T. Waterman de 2000 por sua pesquisa sobre a estrutura de uma ribozima, conforme determinado pela cristalografia de raios X e o Prêmio Revelação em Ciências da Vida de 2015 pela tecnologia de edição de genoma CRISPR-Cas9, com Charpentier. Ela foi co-recebedora do Prêmio Gruber de Genética (2015),[15] do Prêmio Tang (2016), do Prêmio Internacional Gairdner do Canadá (2016), e do Prêmio Japão (2017).[4] Ela foi nomeada uma das 100 pessoas mais influentes da revista Time em 2015.[5][6]

Biografia

Doudna nasceu em 1964, em Washington, D.C., filha de Dorothy Jane (Williams) e Martin Kirk Doudna. Seu pai era doutor em literatura inglesa pela Universidade de Michigan, e sua mãe, dona de casa, tem mestrado em educação. Quando Doudna tinha sete anos, a família mudou-se para o Havaí para que seu pai pudesse assumir o cargo de professor de literatura americana na Universidade do Havaí em Hilo. A mãe de Doudna obteve um segundo mestrado em história asiática na universidade e lecionava história em uma faculdade comunitária local.[7]

Crescendo em Hilo, no Havaí, Doudna ficou fascinada pela beleza ambiental da ilha e por sua flora e fauna. O contato com a natureza foi fundamental para nutri sua curiosidade e o seu desejo de compreender os mecanismos biológicos subjacentes à vida. Isso se somava à atmosfera de busca intelectual que seus pais incentivavam em casa. Seu pai gostava de ler sobre ciência e enchia a casa com muitos livros sobre ciência popular. Quando Doudna estava na sexta série, ele lhe deu um exemplar do livro de James Watson, de 1968, sobre a descoberta da estrutura do DNA, chamado The Double Helix, que lhe serviu de inspiração. Doudna também desenvolveu seu interesse por ciências e matemática na escola.[8] Embora Doudna tenha ouvido que “as mulheres não estudam ciências”, ela sabia que queria ser cientista. Doudna disse: "Quando alguém me diz que não posso fazer algo e eu sei que posso, isso apenas me deixa mais decidida a fazê-lo."[9]

Enquanto frequentava a Hilo High School, o interesse de Doudna pela ciência foi nutrido por sua professora de química do 10º ano, a Sra. Jeanette Wong, a quem ela costuma citar como uma influência significativa no despertar de sua nascente curiosidade científica. Uma palestrante visitante sobre células cancerígenas incentivou ainda mais sua busca pela ciência como opção de carreira. Ela passou um verão trabalhando na Universidade do Havaí, no laboratório de Hilo, do famoso micologista Don Hemmes e se formou no ensino médio em 1981.[8][10][11][12][13]

Doudna ingressou na graduação no Pomona College em Claremont, na Califórnia, onde estudou bioquímica. Durante seu primeiro ano, enquanto fazia um curso de química geral, ela questionou sua própria capacidade de seguir uma carreira científica e considerou mudar seu curso para francês no segundo ano. No entanto, seu professor de francês sugeriu que ela se dedicasse às ciências. Os professores de química Fred Grieman e Corwin Hansch em Pomona tiveram um grande impacto sobre ela. Ela iniciou sua primeira pesquisa científica no laboratório da professora Sharon Panasenko. Ela obteve seu diploma de bacharel em bioquímica em 1985. Ela escolheu a Universidade Harvard para seu doutorado e obteve um doutorado em Química Biológica e Farmacologia Molecular em 1989. Sua tese foi sobre um sistema que aumentou a eficiência de um RNA catalítico auto-replicante e foi supervisionada por Jack Szostak. No pós-doutorado trabalhou com Szostak e com Thomas Cech na Universidade do Colorado.[14]

Carreira

Desde 1997, Doudna trabalha no Instituto Médico Howard Hughes sendo também atuante desde 2003 no Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley. Seu marido, Jamie Cate, foi um de seus primeiros alunos sendo atualmente (situação em 2014) também professor da Universidade da Califórnia em Berkeley.[15]

Em 2015, Doudna e sua colaboradora, Emmanuelle Charpentier do Centro Helmholtz para Pesquisa de Infecções na Alemanha, receberam o Breakthrough Prize in Life Sciences perfazendo 3 milhões de dólares para cada uma, pela invenção da revolucionária ferramenta para a edição de DNA CRISPR.[16] Essa técica rendeu- às duas o Prêmio Nobel de Química de 2020.[6]

Realizações

Doudna realizou pesquisas inovativas que levaram a um método que possibilitou a cristalização de grande moléculas de RNA.[17]

Condecorações

Ver também

Bibliografia

Referências

  1. «Pondering 'what it means to be human' on the frontier of gene editing». The Washington Post. 3 de maio de 2016. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  2. «UC Berkeley's Jennifer Doudna wins 2020 Nobel Prize in Chemistry». University of California, Berkeley. 7 de outubro de 2020. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  3. Pollack, Andrew (11 de maio de 2015). «Jennifer Doudna, a Pioneer Who Helped Simplify Genome Editing». The New York Times. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  4. «Laureates of the Japan Prize: Jennifer A. Doudna, Ph.D.». The Japan Prize Foundation. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  5. King, Mary-Claire (16 de abril de 2015). «Time 100 Most Influential People: Emmanuelle Charpentier & Jennifer Doudna». Time. Consultado em 7 de outubro de 2020 
  6. a b c «The Nobel Prize in Chemistry 2020». Nobel Prize. Consultado em 7 de outubro de 2020 
  7. Russell, Sabin (8 de dezembro de 2014). «Cracking the Code: Jennifer Doudna and Her Amazing Molecular Scissors». Cal Alumni Association. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  8. a b Mukhopadyay, Rajendrani. «On the same wavelength». American Society for Biochemistry and Molecular Biology. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  9. «Becoming a Scientific Leader». The Women in Medicine Legacy Foundation (em inglês). 8 de setembro de 2021. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  10. Cataluna, Lee (11 de outubro de 2020). «Remembering The Hilo Teacher Who Inspired A Nobel Prize Winner». Honolulu Civil Beat. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  11. «Big Questions, Big Answers». SBGrid Consortium. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  12. «2018 Kavli Prize in Nanoscience: A Conversation with Jennifer Doudna, Emmanuelle Charpentier and Virginijus Šikšnys». The Kavli Prize. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  13. «Genome editing pioneer and Hilo High graduate Jennifer Doudna speaks at UH Hilo about her discovery: CRISPR technology». UH Hilo Stories. 19 de setembro de 2018. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  14. Doudna, Jennifer Anne (1989). Towards the Design of an RNA Replicase (Tese de Ph.D.). Harvard University. OCLC 23230360. ProQuest 303754572 
  15. «Jamie Cate Research Group». Universidade da Califórnia em Berkeley. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  16. Carl Zimmer, ed. (6 de fevereiro de 2015). «Breakthrough DNA Editor Borne of Bacteria». Universidade da Califórnia em Berkeley. Consultado em 17 de novembro de 2023 
  17. a b Alan T. Waterman Award Recipients (2000) Fundação Nacional da Ciência (nsf.org); acessado em 29 de dezembro de 2014
  18. William O. Baker Award for Initiatives in Research Arquivado em 26 de janeiro de 2013, no Wayback Machine. Fundação Nacional da Ciência (nasonline.org); acessado em 29 de dezembro de 2014
  19. Eli Lilly Award in Biological Chemistry, Preisträger (PDF; 45 kB) bei der Sektion Biochemie der American Chemical Society (divbiolchem.org); Fundação Nacional da Ciência
  20. Jennifer A. Doudna bei der National Academy of Sciences (nasonline.org); acessado em 29 de dezembro de 2014
  21. Book of Members (PDF; 516 kB) bei der American Academy of Arts and Sciences (amacad.org); acessado em 29 de dezembro de 2014
  22. Jennifer Doudna, Ph.D., and Emmanuelle Charpentier, Ph.D., Win 2014 Dr. Paul Janssen Award for Biomedical Research bei pauljanssenaward.com; acessado em 29 de dezembro de 2014
  23. Gabbay Award – Current Winners Universidade Brandeis (brandeis.edu); acessado em 29 de dezembro de 2014
  24. Wolf Prize 2020

Ligações externas

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James Patrick Allison e Carl H. June
Prêmio Paul Ehrlich e Ludwig Darmstaedter
2016
com Emmanuelle Charpentier
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Yuan Chang e Patrick S. Moore
Precedido por
John Bannister Goodenough, Michael Stanley Whittingham e Akira Yoshino
Nobel de Química
2020
com Emmanuelle Charpentier
Sucedido por