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A vida de Jacques Vergès foi retratada no cinema no filme biográfico O Advogado do Terror (2007), do cineastaBarbet Schroeder, que através de entrevistas com o próprio advogado, amigos e clientes, apresenta o seu perfil psicológico e filosófico. O enredo das entrevistas apresenta também as defesas de seus clientes mais famosos.[1]
Em 1957, dois anos depois de se formar, Jacques Vergès começou a carreira defendendo argelinos acusados de assassinato: durante guerra de independência do país magrebino, a qual viria a se concretizar em 3 de julho de 1962, guerrilheiros da Frente de Libertação Nacional plantavam bombas em lugares públicos frequentados por civis franceses. Durante o processo, Vergès se valeu de um tipo de defesa até hoje em voga entre réus de tribunais internacionais, como o ditador iraquianoSaddam Hussein: recusar-se a reconhecer o mérito dos procedimentos e a autoridade do juiz e do júri, devolvendo contra eles as acusações de abuso e assassinato. Conseguiu, assim, mobilizar a opinião pública em todo o mundo e, por fim, obter a anistia para seus clientes – entre os quais Djamila Bouhired, símbolo do movimento argelino, com quem se casou. Em alguns anos, porém, Vergès se transformou em uma criatura controversa: o advogado voluntariamente procurava seus clientes entre figuras cruéis e se associava, em amizade ou interesse, a alguns dos nomes mais polêmicos do século XX, como Pol Pot, que à frente do Khmer Vermelho ordenou o assassinato de milhões no Camboja, ou o palestino Wadie Haddad, um dos pioneiros em terrorismo internacionalizado. Essa trajetória é tema do documentário O Advogado do Terror (L’Avocat de la Terreur, França, 2007), dirigido pelo cineasta de origem iraniana Barbet Schroeder.