Iteration é o segundo álbum de estúdio do produtor musical estadunidense Seth Haley como Com Truise, lançado em 16 de junho de 2017 pela Ghostly International. É o último de sua série de álbuns sobre a história de um astronauta fictício chamado Com Truise. Esta parte da história envolve a fuga de Truise com sua amante alienígena do planeta Wave 1 para viver no espaço juntos. Haley foi gravar em Burbank, Califórnia, uma área com um "espaço aberto", a fim de se empolgar com o material que estava fazendo. O espaço é refletido no som e na produção da música, que é menos compactada e mais simples do que os álbuns anteriores de Haley.
Promovido com três singles e um videoclipe para "Propagation", estrelado por Trieste Kelly Dunn, Iteration ficou no top 10 da Dance/Electronic Albums e da Top Heatseekers, ambas da Billboard. Os críticos também foram geralmente favoráveis; alguns o consideraram o melhor álbum de Haley até aquele momento, e outros destacaram o aprimoramento das técnicas composicionais do artista.
Conceito
Iteration é o último disco de uma série de álbuns criada por Seth Haley que descrevem a história de um astronauta fictício chamado Com Truise. Os álbuns anteriores foram Galactic Melt (2011), Wave 1 (2014), e Silicon Tare (2016).[1] Haley discutiu pela primeira vez o último capítulo da história em uma entrevista de abril de 2016 para a revista Magnetic: "Terá algum fechamento, mas acho que será escuro e claro ao mesmo tempo. Por mais que eu esteja me esforçando para encerrar essa história, acho que ainda será um assunto em aberto, uma espécie de coisa a ser continuada".[2] Descrito por Haley como um conto sobre como escapar de uma sociedade oprimida,[3]Iteration envolve Truise e seu amante alienígena que tentam escapar do planeta Wave 1 para desfrutar da companhia um do outro no espaço.[1] Haley decidiu chamar o LP de Iteration como um "sorriso esquisito e malicioso" para a natureza repetitiva da maioria da música eletrônica.[4] A capa de Iteration apresenta linhas vermelhas que representam o aspecto de "iteração" do álbum e símbolos que representam os obstáculos que Com Truise passa para escapar de Wave 1.[3]
Antecedentes e lançamento
Iteration consiste em sons comumente ouvidos na maioria dos lançamentos de Com Truise, como o que o comunicado de imprensa descreveu como "melodias listradas de neon, grandes tambores, grooves robóticos [e] nostalgia turva".[1] No entanto, é menos comprimido e mais simples do que os lançamentos anteriores de Haley, um reflexo do "espaço" maior que Haley ocupou para fazer o LP.[5][6] Alguns dos humores do álbum derivaram de Haley sofrendo de saudades de casa e burnout enquanto ele estava morando em Los Angeles e fazendo uma turnê mundial.[1] Haley viveu na cidade por um ano e meio[1] antes de mudar a forma de produzir seu material, focando em estar em uma área com mais "espaço aberto"[3] que em Burbank,[7] e usando equipamento externo em vez de software de computador.[3] Essas mudanças o empolgaram com o material que estava fazendo, levando Haley a criar Iteration em um curto espaço de tempo. O comunicado de imprensa oficial do álbum afirma como esse entusiasmo influenciou o tom do álbum: "Ao abraçar a natureza inerente e as qualidades inigualáveis da música, Iteration encontra novos caminhos de expressão em seu ambiente vívido e familiar".[1]
Três singles foram lançados para Iteration: "Memory" em 5 de abril de 2017,[8] "Isostasy" no dia 9 de maio,[9] e "Propagation" em 6 de junho.[10] "Propagation" também recebeu um videoclipe, que teve sua pré-estreia realizada pela The A.V. Club em 20 de setembro de 2017. Escrito e dirigido por Will Joines e Karrie Crouse, o vídeo é estrelado por Trieste Kelly Dunn como uma "esposa-robô idealizada" que "lentamente se torna autoconsciente" e mata seu dono.[11]
"Ternary" mostra a experimentação de Haley com wavetable synthesis.[12]
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Iteration começa com "...Of Your Fake Dimension", um prelúdio da história do álbum que consiste em uma guitarra no estilo de Cocteau Twins e sons do sintetizador Analog Keys, da Elektron. A faixa é seguida por "Ephmeron"; Haley descreveu-a: "Somos jogados direto à ação após a última música de Silicon Tare ('du Zirconia'), que viu nosso herói Com Truise em um estado bastante frenético. No final da música, parece que tudo está se desintegrando". A terceira música do álbum é chamada "Dryswch", galês para "confusão" e uma das duas músicas do LP junto com "Ternary" mostrando a experimentação de Haley com wavetable synthesis, que ele gostava muito. Haley a descreveu como um "coro de vozes de sintetizador cantando Com Truise de volta à vida". "Isostasy" foi tocada ao vivo por Haley por alguns anos antes de Iteration ser lançada e foi uma das primeiras faixas feitas para o LP. Os acordes da faixa são executados por um Oberheim Xpander. "Memory" é uma canção mais "otimista", de "robot funk", sobre aceitar que "tudo vira memória, incluindo nós", segundo Haley. Sua instrumentação inclui notas de staccato executadas por um sintetizador Prophet-6 da Dave Smith Instruments e um Juno-106 da Roland, bem como sons do Eurorack tocando perto do final da música.[12]
"Propagation", uma balada de ritmo lento sobre estar "livre de uma sociedade oprimida", consiste em um baixo ARPOdyssey, acordes executados por um Dave Smith OB6 e sons de um Yamaha DX7. A faixa é seguida por "Vacuume", que, de acordo com Haley, trata de "ser sugado para o vazio sem arrependimentos ou remorso" e "deixar ir, estar no momento e superar tudo o que vier em seu caminho". "Ternary" é uma música sobre "as coisas que fazem de você quem você acaba se tornando", disse Haley, e também inclui mais staccatos de um Juno-106 e o uso do Eurorack para efeitos. O Eurorack também é usado para tocar metais sintetizados ao lado de sons e texturas "deslizantes" de Prophet-6, de um Teenage Engineering OP-1, em "Usurper", uma canção sobre "as fraquezas dos líderes de uma sociedade e a capacidade dos cidadãos para acabar com a opressão". "Syrthio", que significa "cair", é seguida pela faixa que seria os "créditos", "When Will You Find the Limit..." Iteration termina com uma faixa-título "pesada", com um Oberheim Xpander.[12]
De acordo com o Metacritic, Iteration recebeu "críticas geralmente favoráveis", com uma nota de 72/100,[13] e o AnyDecentMusic? aponta uma nota média de 6.7/10.[14] Um crítico da Exclaim! declarou que, com o álbum, Haley estava demonstrando "um crescimento que apenas um músico com uma década de experiência pode realizar".[17] O álbum recebeu comentários enaltecedores de publicações, como ser o "lançamento definitivo" do projeto Com Truise pela AllMusic,[15] "o ápice da carreira de Haley" por Shaun Soman da Gigsoup,[24] e "o tipo de álbum necessário para nos ajudar a batalhar pelo resto de 2017" por Megan Wallace, da The Skinny.[21] Soman e Wallace elogiaram particularmente a "variedade" na estrutura musical e na produção do LP,[24][21] com Soman notando que é especialmente perceptível ao ouvir com fone de ouvido.[24] Como Wallace declarou, "[Haley] exibe um domínio completo de seu ofício, construindo sons eletrônicos em uma linguagem alternativa ampla o suficiente para expressar mudanças de humor e pintar uma série de quadros."[21] A AllMusic posteriormente colocou o LP em sua lista de "Álbuns de Eletrônica Favoritos" de 2017,[25] enquanto a Piccadilly Records, classificando o álbum em 36.º lugar em sua lista dos melhores álbuns de 2017, chamou-o de "uma coleção impressionante, extremamente memorável e calorosamente dinâmica".[26]
Chris Ingalls da PopMatters descreveu o álbum como "um lançamento honesto e estranhamente humanista de um artista com um glorioso arsenal de teclados que sabe como usá-los". Ele destacou a "moderação" do disco em termos de uso de elementos da música de sintetizador dos anos 80, escrevendo que "Haley injeta muitos ganchos e camadas sônicas em Iteration, mas nunca parece sobrecarregado".[20] Saby Kulkarni, da Pitchfork, elogiou o "nível mais alto de sofisticação" de Haley, escrevendo que, embora a música de Com Truise geralmente tenha um "alcance limitado", Iteration estava mais focado em suas composições do que em seus sons, ao contrário dos álbuns anteriores do projeto: "Haley vai para o ouro com ganchos tão grandes e melódicos que causam uma espécie de descarga de açúcar auditiva. O fato de que ele é capaz de fazer isso sem um único vocal à vista mostra o quão hábil artesão ele se tornou".[19]
O aspecto melódico de Iteration também foi elogiado em uma crítica mista da Under the Radar, escrita por Stephen Mayne, que resumiu que o LP "oscila entre o passado futurista e um som mais moderno que vem com um belo toque melódico e pouco na forma de impacto".[23] Uma resenha publicada pela Loud and Quiet afirmou que, embora o álbum fosse bem feito, faltava "emoção" e era nada mais do que "música de fundo".[18] Andrew Rafter da Mixmag foi positivo em relação a Iteration, mas sentiu que deveria ter mais canções com climas sombrios como "Syrthio" e a faixa-título do LP.[27] A The Line of Best Fit opinou que o LP é melhor para ouvir como uma "celebração" da música pop dos anos 80, em vez de "um álbum emocionalmente envolvente", como foi comercializado pela Ghostly, raciocinando que "encontrar o verdadeiro sentimento entre as torres de sintetizadores e sequenciadores pop dos anos 80 parece difícil às vezes".[28] Uma resenha da The 405 também criticou o marketing do álbum como um disco com uma história, afirmando que a história foi sentida apenas "ocasionalmente".[29]
↑ abcSoman, Shaun (15 de junho de 2017). «Com Truise 'Iteration'». Gigsoup. Consultado em 10 de novembro de 2017. Arquivado do original em 21 de setembro de 2020